O uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em casos leves de Covid-19 foi liberado pelo Ministério da Saúde, de acordo com o novo protocolo divulgado nesta quarta-feira (20).
No final de março, o Ministério da Saúde incluiu em seus protocolos a sugestão de uso da cloroquina em pacientes hospitalizados com gravidade média e alta, mas mantendo a norma corrente na medicina de que cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância ao paciente. A pasta também distribuiu ao menos 3,4 milhões de doses do medicamento para os sistemas de saúde dos estados.
O novo protocolo lista a dosagem para o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina, associada ao antibiótico azitromicina, para uso no caso de sintomas leves em duas fases da doença, do primeiro ao quinto dia e do sexto ao 14º dia e também para casos moderados.
A mudança vai de encontro ao pregado pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais. O mandatário é um grande defensor do uso da cloroquina e, por isso, já entrou em atrito com seus dois ex-ministros da saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) não recomenda o uso da droga, mas autorizou a prescrição em situações específicas, inclusive em casos leves, a critério do médico e em decisão compartilhada com o paciente.
Paciente precisa autorizar o uso da cloroquina
O novo protocolo autoriza o uso da cloroquina desde que o médico decida pela sua utilização e o paciente assine um termo de consentimento, assim como solicitado pelo CFM. Além disso, o doente precisa ser informado dos efeitos colaterais que a droga pode causar em seu organismo como “disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito”.
Novo ministro da Saúde
Conforme Bolsonaro, ele não tem pressa para trocar o interino na pasta da Saúde, o general Eduardo Pazuello.
“Por enquanto, deixa lá o general Pazuello, está indo muito bem, uma pessoa inteligente. É um gestor de primeira linha, graças a ele tivemos a Olimpíada do Rio de Janeiro. Ele foi o coordenador da Operação Acolhida, do pessoal que vem da Venezuela”, destacou.
General do Exército, Pazuello foi nomeado para o segundo cargo mais alto da hierarquia ministerial no último dia 22, após Nelson Teich assumir o ministério no lugar de Luiz Henrique Mandetta e deixar o cargo em pouco menos de um mês.
Especialista em Logística, o militar foi coordenador logístico das tropas do Exército durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, além de ter coordenado a Operação Acolhida, que presta assistência aos imigrantes venezuelanos que chegam a Roraima fugindo da crise política e econômica no país vizinho.