O diretor presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (TecPar) participou na manhã desta quarta-feira (9) de uma entrevista com o jornalista Marc Sousa, no programa Paraná no Ar, da RIC Record TV. Direto dos estúdios de Curitiba, Jorge Callado comentou sobre o cenário de desenvolvimento da vacina no Estado, da suspensão dos estudos da AstraZeneca e também das possíveis data. Segundo o diretor, em janeiro devem chegar as primeiras doses vindas da Rússia. 

“Estamos finalizando a documentação toda e a nossa previsão é final de setembro protocolarmos na Anvisa. Mas antes disso já estamos nos reunindo com a Anvisa várias vezes, para tirar dúvidas sobre o documento a ser apresentado, sobre os estudos. Tudo ocorrendo bem, com as liberações concedidas, testes positivos, vamos pegar o melhor cenário. Podemos ter a chegada das primeiras doses no Paraná no início de 2021. E o início de produção no início do segundo semestre de 2021, essa é uma previsão geral para o Brasil, com os demais laboratórios também”, declarou Callado.

O diretor presidente do TecPar esclareceu que após a liberação da Anvisa, as primeiras doses para testes da fase 3 no Brasil, da vacina russa, devem ser enviadas pelo país europeu. Somente no segundo semestre os laboratório nacionais iniciarão a produção em solo nacional.

“O TecPar com os demais grandes laboratórios públicos do Brasil, como Butantã e Bio-Manguinhos, todos terão que passar por fase de adaptação […] Novos equipamentos deverão chegar, outros poderão ser adaptados, isso é importante. E com tudo indo muito bem, com registro, com segurança demonstrada, com toda prudência que estamos tendo, a ideia é que o Paraná possa ser um ponto de distribuição e fabricação de vacina para América do Sul”, comentou.

Para estes testes, os primeiros a receberem doses devem ser os profissionais da rede pública de saúde e na sequência algumas pessoas de grupos de riscos. Atualmente o Paraná se encontra na fase de produção do dossiê para apresentar a Anvisa e assim conseguir a liberação.

“Produzir uma vacina é um processo muito complexo”, diz Callado

Jorge Callado também comentou sobre os processos para produção de uma vacina. Após o anúncio da suspensão dos estudos da AstraZeneca, de Oxford, nesta terça-feira (8), o diretor presidente ressaltou que é normal durante o processo clínico de estudos.  

“A fase 1, a fase 2 e a fase 3, nós chamamos de estudos clínicos. Então nessas fases, existem justamente para isso, para fazer as verificações de segurança, de reações adversas, é importante que isso ocorra durante essas fases de estudos clínicos. Porque imagina se isso ocorre depois que a vacina estivesse liberada, licenciada, registrada, seria um dano muito maior. Então claro que num primeiro momento existe um susto, vamos dizer em relação a isso, mas é previsto durante a fase de testes. O ideal é que não venha a ocorrer, mas ocorrendo, como foi o caso de ontem, o protocolo é revisto, os testes são refeitos, enfim, produzir uma vacina é um processo muito complexo”, explicou.

vacina parana
Jorge Callado (FOTO: REPRODUÇÃO/ RIC RECORD TV)

Além disso, Callado comentou sobre o período de tempo das vacinas já produzidas no mundo. Com a pandemia, grande parte da população mundial está voltada para acompanhar os processos, porém, segundo ele, a ciência geralmente não dá saltos.

“A vacina mais rápida produzida que nós temos notícia foi em quatro anos, em média um processo de 10 anos. A pandemia está trazendo uma aceleração do ponto de vista de desenvolvimento tecnológico. Mas nessa aceleração nós não podemos queimar etapas. A ciência geralmente ela não dá saltos, ainda mais que estamos enfrentando um inimigo invisível, poderoso vamos dizer assim, até porque ele tem muitas formas, ele pode ter muitas formas de mutação”, contou.

Confira a entrevista completa:

Guilherme Becker
Guilherme Becker

Editor

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.