
Ministro da Saúde, Gilberto Occhi, afirmou que vacina manteve H1N1 do ano passado e modificou as outras duas cepas para garantir eficácia
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (18) que a campanha nacional de vacinação contra a gripe começa na próxima segunda-feira (23).
A vacina trivalente, que protege contra três tipos de vírus influenza, H1N1, H3N2 e FluB, será oferecida gratuitamente aos grupos consideráveis mais propensos a complicações relacionadas à gripe.
Os grupos são crianças de seis meses a cinco anos, idosos acima de 60 anos, gestantes, puérperas, indígenas, profissionais de saúde, pessoas privadas de liberdade, funcionários do sistema prisional, pessoas com comorbidades, como hipertensão, diabetes e transplantados, e professores da rede pública e privada.
Segundo o governo, serão disponibilizadas 60 milhões de doses, produzidas pelo Instituto Butantan, de São Paulo, com a meta de vacinar 54,4 milhões de pessoas.
Essa diferença no número de doses e de pessoas a serem vacinadas, de acordo com o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, é uma segurança no caso de imprevistos, como roubos de vacina. “Caso haja uma sobra nas doses, elas serão oferecidas à população em geral”, afirma.
O Dia D da campanha está previsto para 12 de maio, no qual o atendimento será reforçado com postos volantes. A campanha vai até dia 1° de julho.
O ministro afirmou que já entregou aos Estados 7,4 milhões de vacinas e que até esta sexta-feira serão fornecidas mais 17 milhões. “Até sexta-feira, teremos 40% de todas as vacinas distribuídas em território nacional”, informou.
Goiás foi o único Estado do país que antecipou a campanha de vacinação da gripe, que teve início no dia 13 de abril, segundo o ministro, devido a um surto de H1N1 que “estava se instalando”. “Para este ano, foi mantida a H1N1 e modificada as duas cepas do ano passado”, afirmou o ministro.
Um surto de H1N1 foi registrado dentro do centro de reabilitação Vila São Cottolengo, na cidade de Trindade, região metropolitana de Goiânia. De 24 de fevereiro a 5 de março, 57 pacientes adoeceram. Até o momento, 12 pessoas morreram.
O ministro informou que, no ano passado, a cobertura nacional de vacinação foi satisfatória, alcançando 87%. “Mais de 40% dos Estados atingiram meta superior a 90%. A vacina é segura e, em geral, as reações são leves. Eu tomei a vacina, não tive reação nenhuma, pode ficar apenas dolorido”, afirmou.
Occhi ressaltou que a vacina é restrita a pessoas com alergia severa ao ovo. “O vírus usado na vacina é inativado, então não gera gripe. É coincidência rara, mas pode ser que você já estivesse propenso e, quando tomou vacina, esse vírus aflorou”, disse.
“Queremos ressaltar que quem toma a vacina não pega gripe. Está imune ao problema da gripe. A vacina reduz hospitalizações, esse é o grande objetivo do Ministério da Saúde”, completou.
Sobre realizar a campanha de vacinação da gripe junto com a da febre amarela, o ministério informou que isso poderá ser feito pelos Estados, caso julguem conveniente, já que as vacinas podem ser tomadas concomitantemente.
O governo ainda frisou que a campanha de vacinação da gripe não está atrasada e que não houve atraso no fornecimento de vacinas pelo Instituto Butantan. “Tudo está conforme planejado. Em alguns anos, foi possível antecipar a campanha. Mas, quando há mudança de cepa na vacina, como ocorreu este ano, a vacina não rende da mesma forma. Então tivemos que manter o cronograma da campanha previsto inicialmente.”, disse Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.
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