A motivação para treinar pode ser desafiadora, especialmente quando as temperaturas caem drasticamente, como ocorre em muitas cidades durante o inverno. Em Curitiba, por exemplo, o clima frio e úmido pode desmotivar até os mais comprometidos. Mas como não perder a motivação para treinar quando lá fora está a 5°C?

Em entrevista ao portal RIC, o psicólogo do esporte, Gilberto Gaertner, explicou os fatores psicológicos envolvidos e compartilhou dicas para manter o foco nos treinos e na saúde, independentemente da temperatura.
Psicológico nas temperaturas baixas
Quando as temperaturas caem, diversos fatores psicológicos entram em jogo e afetam a disposição para treinar. “Nas temperaturas mais baixas, especialmente em locais como Curitiba, é comum que as pessoas sintam maior sonolência, dificuldade para sair de casa e, em muitos casos, um certo desânimo e apatia”, explica Gilberto Gaertner.
A falta de exposição ao sol é um dos fatores que contribui para esse quadro, já que a luz solar está associada à produção de serotonina, neurotransmissor relacionado ao bem-estar e à motivação.
Além disso, o frio também está ligado à busca por conforto e proteção. “Nos dias gelados, o corpo tende a priorizar o desejo de se manter aquecido, o que ativa áreas do cérebro relacionadas ao sistema límbico, responsável pela busca de conforto e segurança. Isso entra em conflito com o impulso racional que nos diz para manter a rotina de exercícios, ativando o córtex pré-frontal e nossa vontade consciente”, explica o psicólogo.
Ficar em casa ou ir para o treino?
Quando surge essa decisão, ocorre uma batalha entre o sistema límbico no cérebro, que deseja o conforto e a proteção contra o frio, e o córtex pré-frontal, responsável pela tomada de decisões e controle da vontade. Essa disputa é mais acirrada quando a motivação está baixa, mas Gaertner destaca que, para manter o foco, é necessário criar uma rotina disciplinada, mesmo quando o clima não favorece.
“A disciplina se diferencia da motivação principalmente no fato de que a motivação é algo mais volúvel e dependente de fatores externos, como o clima ou o humor do dia. Já a disciplina está enraizada em hábitos e no compromisso com o objetivo final”, explica Gaertner.
Conforme o psicólogo, criar uma rotina de treinos que aconteça independentemente das condições climáticas, a longo prazo vai sobrepor à falta de motivação momentânea.
“Se o cansaço se tornar constante, é hora de revisar a rotina de sono, alimentação e exercícios. Além disso, vale buscar uma avaliação médica para descartar problemas físicos. Caso tudo esteja normal, o que pode estar em jogo é um padrão de procrastinação que se instala quando não conseguimos sair da zona de conforto”.
Disciplina e metas: como superar a resistência ao treino?
Gilberto Gaertner enfatiza que a disciplina e a definição de metas são elementos cruciais para superar a resistência ao treino nos dias frios. Mas, é preciso estabelecer metas claras para que os treinos não se tornem uma obrigação sem sentido.

“Quando você tem metas concretas de médio e longo prazo, isso ajuda a manter o foco e a motivação. Metas tornam o esforço diário mais significativo, pois você tem um objetivo claro que o impulsiona a seguir em frente”, diz o psicólogo.
Definir metas como “participar de uma corrida no final do mês” ou “aumentar a carga no levantamento de peso” cria uma motivação extra para seguir a rotina, independentemente do clima.
Dicas práticas de como não perder a motivação:
Para manter a regularidade nos treinos durante os meses mais frios, Gaertner recomenda algumas práticas simples, mas eficazes:
- Roupas apropriadas: Investir em roupas adequadas para o clima, como roupas térmicas, ajuda a enfrentar o frio com mais conforto e sem prejudicar o desempenho.
- Boa alimentação e hidratação: Manter uma alimentação balanceada, rica em nutrientes essenciais, e garantir uma boa hidratação são fundamentais para o bom desempenho nos treinos.
- Avaliação e apoio profissional: Para montar um programa adequado às suas necessidades, contar com o apoio de profissionais especializados, como um educador físico, nutricionista esportivo e psicólogo do esporte, pode otimizar seus resultados.
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