Autistas vão ter fones antirruídos e espaço reservado no Estádio do Café em Londrina

Publicado em 6 jan 2023, às 13h36. Atualizado às 13h41.

O Estádio do Café, em Londrina, terá a partir desta sexta-feira (6) um espaço reservado para torcedores autistas e familiares para acompanhar os jogos do LEC diante da torcida alviceleste.

A área inclusiva será apresentada pela FEL (Fundação de Esportes de Londrina) na tarde desta sexta-feira e terá uma característica semelhante ao espaço para autistas do Estádio dos Aflitos, do Náutico, em Pernambuco, que reservou cadeiras para as pessoas dentro do TEA (Transtorno Espectro Autista).

Fundador da torcida Tubautistas, Matheus Soares Dantas, 27 anos, disse que apresentou três projetos à FEL com opções para reserva de espaços no Café, sendo que a Fundação pela adaptação nas cadeiras cativas cobertas ao invés de um espaço na arquibancada.

“Serão 20 assentos com adesivos, isolados do ponto com maior volume de torcedores. Além disso, a área fica próximo do acesso de entrada e saída do estádio e também de serviços como cantina e banheiros”, explicou. 

Por conta da hipersensibilidade auditiva, características de alguns autistas, fones antirruídos serão disponibilizados para acompanhamento dos jogos. Mas, Dantas, que foi diagnosticado dentro do espectro no ano passado, espera que a inclusão na praça esportiva avance ainda mais com um sala sensorial, o que já existe nos estádios do Coritiba e do Corinthians. Na Copa do Mundo do Catar, a FIFA também disponibilizou as salas sensoriais para inclusão dos torcedores.

No Café, a proposta é transformar uma cabine de imprensa ou outro espaço fechado na sala sensorial. “É um primeiro passo, pequeno, mas é um passo grande no Brasil. A gente ainda precisa ter uma sala e avançar na acessibilidade. Mas, os pais podem levar os filhos ao estádio, agora, com um local preparado para receber a família”, avalia Dantas.

Uma sala sensorial deve ter vista para o campo, isolamento acústico, brinquedos e elementos sensoriais que ajudam, principalmente, as crianças autistas na regulação, o que pode prevenir o desencadeamento de crises.

Dantas lembrou que frequenta o Estádio do Café desde os 12 anos de idade com o pai e os irmãos, e depois passou a ir aos jogos com a esposa e filha. De acordo com ele, após dois anos de acompanhamento psiquiátrico e terapia, ele teve o diagnóstico e laudo de confirmação. “Foi libertador e explicou muitas coisas e situações na história da minha vida”, afirmou. 

Assistindo um jogo do Corinthians, ele viu a faixa da torcida alvinegra para autistas e criou uma página nas redes sociais, que teve muita repercussão na cidade de Londrina e reuniu amigos, familiares e pessoas no espectro para criação da nova torcida.

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