A arquiteta Daniela Barranco fala dos encantos, cores e sabores da Índia em sua coluna sobre as viagens que faz pelo mundo

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Reinaldo Bessa

A arquiteta Daniela Barranco relata em sua coluna sobre as viagens que faz pelo mundo os encantos, cores e sabores da Índia, mostrando os majestosos palácios dos marajás e suas histórias. E isto é só o começo.

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Índia e seus encantos: Rajastão

Este é o primeiro de quatro textos sobre a Índia, em que falarei sobre a beleza e a arquitetura dos estados principescos de Jodhpur, Jaipur, Udaipur, Nova Delhi e do Taj Mahal, em Agra. Mesmo tentando ser o mais fiel possível, sei que não conseguirei colocar em palavras toda a beleza que vi, desde a arquitetura – que é minha profissão –, mas também da lição de vida que o povo indiano me proporcionou.

Ninguém volta indiferente da Índia. Sua cultura milenar com seus templos e castelos de marajás; suas cidades coloridas envoltas por gigantescas dunas douradas; suas danças e sons típicos, seu genuíno sabor da culinária que leva ervas, temperos e aromas mil, fazem deste destino um convite para o império dos sentidos.

Rajastão

No coração do país, em meio a aridez do deserto, o enigmático Rajastão é a última confluência da história, nobreza e romance. Conhecida como a “Terra de Reis”, a região é imersa em uma paisagem de intensa beleza e colorido natural, um lugar único. Localizado no noroeste indiano, fazendo fronteira com o Paquistão, é a província mais colorida e, talvez, a mais pungente de toda a Índia.

A cidade de Jodhpur

Conhecida como a cidade azul, o apelido vem graças à grande quantidade de casas azuis pintadas em um dos bairros mais conhecidos do local. Antigamente, o tom era uma exclusividade das castas brâmanes (a mais elevada das castas indianas), mas logo se espalhou e contagiou os bairros de Jodhpur. O interessante é que a tinta azul que colore as residências, além de conter ingredientes que protegem as casas dos mosquitos, conta com o bônus de deixar os ambientes mais fresquinhos durante os dias ensolarados, sem causar reflexos como a tinta branca.

Taj Umaid Bhawan Palace

O colossal Taj Umaid Bhawan Palace marca o horizonte ocre e instiga a curiosidade dos visitantes. Essa majestosa propriedade foi construída entre 1928 e 1943 pelo marajá Umaid Singh. Com 100.000 m² de jardins luxuriantes e salões estupendos, é uma das maiores residências do mundo – a família do marajá ainda habita uma ala restrita da propriedade –, que também opera como hotel, sob o comando do Grupo Taj Hotels desde 1980.

O projeto de inspiração art déco mistura influências arquitetônicas orientais e ocidentais. As escadarias simétricas e o domo de 32 metros de altura remetem à era renascentista, enquanto as torres se inspiraram na tradição Rajput. Os interiores luxuosos se preenchem com mobiliário clássico, original da família, e com coloridos murais.

Estando hospedada neste hotel, além de poder conferir de perto cada detalhe do maravilhoso palácio, pude jantar com o marajá e sua família, que se juntaram aos hóspedes na cerimônia do Diwali – uma festa religiosa também conhecida como o festival das luzes.

Forte Mehrangarh

O Forte Mehrangarh ocupa um lugar de destaque devido à sua arquitetura esplêndida e a história diversificada a ele associada. Considerado um dos fortes mais formidáveis e magníficos do Rajastão, foi construído no ano de 1459 por Rao Jodha – motivo de a cidade ter sido nomeada de Jodhpur.

A construção está espalhada por uma área de 5km, estando localizada em uma colina de 125m de altura nos arredores da cidade. Existem vários palácios dentro das muralhas da fortaleza, que têm identidades separadas e distintas. Para entrar, são sete portões, feitos por diferentes governantes e construídos em homenagem à vitória sobre os exércitos de Bikaner e Jaipur.

Na parte interna, o monumento mescla artigos indianos hiper ornamentados com toques, claramente, europeus. Descendo do forte, vemos o pequeno mausoléu de Jaswan Thada, construído pelo marajá Sardar Singh para guardar os restos mortais de seu pai e de seus familiares. Nos fortes, é comum que o monumento seja feito com mármore puro, no entanto, neste caso, as folhas de mármore utilizadas na construção foram polidas finamente para criar uma iluminação brilhante quando a luz do sol cai sobre ela.

Existem três cenotáfios (memorial fúnebre) no mausoléu, cobertos por um jardim repleto de gazebos esculpidos e rodeados por um pequeno lago. Assim como muitas estruturas Mughal, este monumento também usa pedras vermelhas para dar aos mármores uma aparência branca grandiosa.

Cores, muitas cores! Amarelo, roxo, azul, verde e rosa se contrapondo a todo instante à paisagem desértica e seca dos áridos campos da região. Assim é o Rajastão. Conhecê-lo é mergulhar na essência da Índia, dos príncipes e dos marajás. Terra dos rajputs – antigos guerreiros que dominaram a região ao longo de mil anos –, a herança cultural do maior estado da Índia em área está presente hoje nos longos bigodes e impecáveis turbantes coloridos usados pela maioria dos indianos. Os escalões superiores dessa sociedade medieval construíram palácios e fortes magníficos, muitos dos quais agora são hotéis suntuosos e museus impressionantes. Além disso, artesanato e artes plásticas impressionantes foram desenvolvidos e nutridos pelo patrocínio dos marajás. A vida nas aldeias continua imersa na tradição, mas, assim como o resto da Índia, o ritmo das mudanças está se acelerando.

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