Da Redação
Uma cena a que os curitibanos estão acostumados a ver, principalmente nos finais de semana, poderá voltar a ser vista em breve na cidade: bares com mesas nas calçadas, e cheias. Inspirada no exemplo de Paris, a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) está defendendo a liberação, sem taxa extra, de mesas e cadeiras em espaços abertos de bares, restaurantes, cafés, lanchonetes e casas noturnas de todas as regiões centrais e bairros da capital e demais cidades-polos. A intenção da entidade, que tem sede em Curitiba, é incentivar o uso deste recurso, seja em calçadas, estacionamento ou jardinetes, de forma a atrair mais clientes aos estabelecimentos.
De acordo com o presidente da Abrabar, Fábio Aguayo, já foi feita uma consulta às secretarias de Urbanismo e Finanças de Curitiba e ao prefeito Rafael Greca solicitando isenções neste momento de crise econômica e financeira por causa da pandemia da Covid-19. “A medida é justificada em tempos de pandemia, quando as pessoas não querem ficar em locais enclausurados ou sem ventilação natural”, diz Aguayo. Ele lembra o caso recente da retomada do setor em Paris, onde a prefeita Anne Hidalgo incentivou os proprietários de cafés da capital francesa a reivindicar espaço público adicional para acomodar mais clientes e atender às diretrizes de distanciamento social.
Inviável
Para Aguayo, o cenário previsto pela prefeita parisiense não será diferente do Brasil, especialmente em Curitiba, que tem legislação específica. “Precisamos de excepcionalidade em tempos de calamidade pública. As regras previstas na resolução 01/20 do decreto municipal 470/20 tornam inviável o funcionamento de muitos estabelecimentos, especialmente na questão de caracterizar a aglomeração”, reclama. O setor não está conseguindo trabalhar, nem com 30%, 40% e até 50% do espaço, acrescenta o presidente da Abrabar. “Em Curitiba criaram este número místico que não bate geometricamente, o que torna inviável o negócio”, diz.
A Abrabar apela para que as prefeituras da capital e de cidades-polo permitam que os proprietários desses estabelecimentos estendam temporariamente seus assentos para a calçada e ocupem as vagas ao ar livre para acomodar mais clientes. “O nosso movimento de ocupação de espaços ao ar livre e públicos já era uma tendência consolidada em capitais como São Paulo e Florianópolis, mas agora será mais útil e necessário. Agora, precisamos trabalhar para não haver perturbação de sossego e ocupação irregular e sem padronização para harmonizar o uso de áreas de logradouros públicos e locais privados”, afirma Fábio Aguayo.