Agosto Verde Claro é um mês dedicado à conscientização sobre o linfoma, um tipo de câncer que afeta o sistema linfático que causou a morte da primeira-dama de Curitiba Margarita Sansone. A doença já foi superada por famosos como Reynaldo Gianecchini, a ex-presidente Dilma Rousseff e o ator Edson Celulari. Os sintomas mais comuns do linfoma incluem aumento progressivo e indolor dos linfonodos, os gânglios linfáticos, especialmente no pescoço, axilas ou virilha. Além disso, perda de peso inexplicada, febre persistente, suores noturnos e fadiga extrema são sinais de alerta.
“É crucial que as pessoas estejam atentas a esses sinais e procurem um médico se notarem algo incomum. O diagnóstico precoce é vital porque permite iniciar o tratamento nas fases iniciais da doença, aumentando significativamente as chances de cura e proporcionando um melhor prognóstico para os pacientes”, afirma o médico Johnny F. C. Camargo, hematologista e oncologista do IOP (Instituto de Oncologia do Paraná).
Como câncer, trata-se por definição de uma doença genética, resultante do acúmulo de diversas mutações no decorrer da vida. Entretanto, fatores ambientais como tabagismo, infecções por bactérias (Helicobacter pylori, algumas espécies de Borrelia e Chlamidya), pelos vírus Epstein Barr, HIV, ou da hepatite C e fatores pessoais como obesidade e presença de doenças autoimunes, podendo ser representadas por artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e síndrome de Sjögren, também são reconhecidos enquanto fatores de risco para o desenvolvimento de linfomas.
Os linfomas não Hodgkin tendem a acometer, em sua maioria, pacientes acima dos 60 anos, enquanto os linfomas de Hodgkin podem se manifestar por volta dos 30 anos de idade. No Brasil, entre 2010 e 2020, segundo estudo realizado pelo Observatório de Oncologia, foram registrados 91.468 casos de linfoma, 74% dos quais linfomas não Hodgkin e 55% em homens.
Para a conscientização, foi criado o Agosto Verde Claro, que busca informar e educar a população sobre a doença, seus sintomas e a importância do diagnóstico precoce. As campanhas ajudam a desmistificar o linfoma, incentivando as pessoas a procurarem ajuda médica ao notar sinais suspeitos, além de apoiar pacientes e familiares. O objetivo é aumentar o conhecimento público, promover a identificação precoce e, consequentemente, melhorar as taxas de sucesso no tratamento.
Avanços – Nos últimos anos, a pesquisa sobre linfoma avançou significativamente, levando ao desenvolvimento de novos tratamentos mais eficazes e menos tóxicos. “Entre os avanços mais notáveis estão as terapias celulares, que atacam especificamente células do linfoma através de uma programação das próprias células de nosso sistema imunológico. Esses tratamentos proporcionam opções mais personalizadas e com menos efeitos colaterais, melhorando a qualidade de vida e as taxas de sobrevivência dos pacientes”, explica o especialista do IOP.
A conscientização sobre o linfoma é crucial para desmistificar a doença e combater o medo e o estigma associados ao câncer. Educar a população sobre os sinais, sintomas e tratamentos disponíveis pode incentivar mais pessoas a procurarem ajuda médica precocemente. “As principais mensagens a serem compartilhadas incluem a importância do diagnóstico precoce, a eficácia dos tratamentos modernos e o fato de que muitos tipos de linfoma têm altas taxas de cura quando detectados e tratados adequadamente. Além disso, é fundamental promover o apoio emocional e psicológico para pacientes e suas famílias, destacando que não estão sozinhos nessa jornada”, finaliza Dr. Johnny.