Há pouco mais de dez anos, a opção de aluguel por temporada ou por poucos meses não era encontrada em hotéis nem em empresas imobiliárias. Essa lacuna de mercado foi preenchida pelas chamadas empresas de shortstay ou aluguel por temporada, que atrai aqueles que buscam estúdios ou apartamentos compactos de um ou dois dormitórios. A Shortstay e a Yogha Hospitalidade são dois exemplos de empresas curitibanas que adotaram o modelo de aluguel por temporada.
Com 700 unidades exclusivas, a Shortstay abrange pessoas que viajam a trabalho, concurso ou para estudar, famílias com ente em tratamento médico, quem está reformando seu imóvel próprio, além de estrangeiros. “Há 11 anos, a gente enxergou a modalidade intermediária, oferecendo uma moradia flexível para quem quer ficar no mínimo um mês na cidade. Temos atendimento bilíngue pelo aplicativo, pessoas de outros países nos procuram muito, principalmente pela dificuldade em alugar unidades em imobiliárias tradicionais” explica Fernanda Feres, sócia proprietária da Shortstay.
A Yogha Hospitalidade é outra empresa do ramo especializada na gestão de moradias flexíveis. “O mercado de hospedagens residenciais está em expansão, e engloba empresas mundiais, como o Airbnb. Na comparação com 2023, nós crescemos em torno de 20% ao ano, com uma crescente no faturamento e na quantidade de reservas. Afinal, esse modelo também tem muitas vantagens: menos burocracia, mais facilidade, imóveis mobiliados e decorados, prontos para usar”, conta Filipe Casagrande, CEO da Yogha Hospitalidade.
Filipe também comenta que os imóveis compactos entre 17 e 30 m² são os que apresentam maior rentabilidade para os investidores. Overbooking durante grandes eventos, como o show do cantor Bruno Mars, são comuns pela relevância do artista, tempo de locação e tamanho do público envolvido.
Com a tendência de locação em alta desde o ano passado, com variações de 20% a 30% e o mercado imobiliário também em ascensão, a locação de unidades por tempo menor também é uma tendência. “Acho que ela nunca vai ocupar o espaço da imobiliária tradicional, pois existia uma demanda reprimida que ninguém estava atendendo”, afirma Fernanda.
Para o presidente da Confraria Imobiliária de Curitiba e corretor de imóveis, Carlos Eduardo Canto, 2024 foi o melhor ano da indústria imobiliária do Brasil. “Parece que todos os ventos foram favoráveis, temos dinheiro circulando no mercado e as pessoas que têm condições devem comprar agora, seja para morar ou investir. O mercado oferece oportunidade para todos, do shortstay à locação tradicional, da compra ao investimento”, diz.