Da Redação
Como parte da agenda de comemorações do Dia Internacional da Mulher, a Associação Paranaense do Ministério Público (APMP) realiza nesta segunda (7) uma mesa redonda com o tema “Direitos para todos – mulheres em situação de rua”. O evento acontecerá na sede da APMP, às 9h30 e vai abordar a realidade vivida pelas mulheres em situação de rua, com lideranças locais e instituições da Sociedade Civil Organizada.
O evento surgiu de uma demanda do Movimento Nacional da População de Rua do Paraná (MNPR-PR) e ONG Mãos Invisíveis. O objetivo é promover o diálogo e dar visibilidade aos problemas das mulheres em situação de rua, por meio de sensibilização para uma situação que muitas vezes é invisível para a sociedade.
Apesar de os dados variarem de acordo com a esfera pública pesquisada, são milhares o número de pessoas que vivem em situação de rua em Curitiba. De acordo com o Cadastro Único do Governo Federal, seriam aproximadamente 2,7 mil. Já a Secretaria de Saúde de Curitiba calcula 4,5 mil pessoas, enquanto o Movimento Mãos Invisíveis estima que a quantidade esteja entre 6 a 8 mil pessoas.
Do montante da população nesta situação, entre 13% e 18% seriam mulheres. De acordo com as instituições organizadoras do evento, uma das necessidades sobre o tema é a inclusão das pessoas em situação de rua no Censo, para que se tenha dados atualizados e oficiais.
Além das inúmeras dificuldades geradas pela situação de rua, essas mulheres precisam lidar com problemas como os de higiene pessoal, períodos menstruais, gravidez e violência física e sexual. A diretora da ONG Mãos Invisíveis, Vanessa Lima, explica que as violências que têm sido marcantes a essas mulheres, entre outras, são a obstétrica e a afronta ao direito de serem mães e permanecerem com seus filhos (o que significa violação ao direito das próprias crianças, de serem mantidas com as famílias naturais).
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Neste contexto, não é oferecido o pré-natal adequado, acompanhamento e acolhimento da mãe durante a gestação, pela rede de proteção, para que ela tenha condições de permanecer com os filhos após o nascimento. “Os filhos acabam sendo retirados das mães assim que nascem, inclusive sem a informação adequada, sem possibilidade de que exerçam a maternagem, sem oportunidades para que se estabeleçam e tenham acesso às condições (de saúde e materiais) para permanecerem com seus filhos”, afirma.
O evento será realizado em formato híbrido, com limitação máxima de 50 pessoas no modelo presencial, respeitando as normas sanitárias de prevenção da Covid-19. A Associação solicita para quem desejar participar presencialmente que confirmem presença pelo whatsapp 98421-7137 com Camila.
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