Da Redação
Um ato nesta quinta-feira (22), Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, na região central de Curitiba, vai ampliar a discussão sobre o número de mulheres assassinadas no Brasil em razão do gênero e alertar a população. Liderado pela vereadora e procuradora da mulher na Câmara Municipal, Maria Letícia Fernandes (PV), que é medica, o evento “Queremos Todas Vivas: um dia dedicado às mulheres que não podemos esquecer”, está marcado para às 10h na Boca Maldita.
Segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, quatro mulheres são assassinadas por dia no país, vítimas de feminicídio. “Preparamos uma ação impactante e esperamos surpreender quem passar pelo calçadão. Também vamos promover uma entrevista coletiva com ativistas e profissionais da área. Quem não puder comparecer, também pode acompanhar a ação pelas nossas redes sociais”, afirma Maria Letícia, que é fundadora da ONG Mais Marias.
De acordo com ela, são inúmeros os problemas que precisam ser enfrentados. “O feminicídio é o auge de um ciclo progressivo de violência. Quanto mais cedo conseguirmos ajudar essas mulheres, melhor”, completa. Na madrugada do dia 22 de julho de 2018, a advogada Tatiane Spitzner foi encontrada morta em seu apartamento, na cidade de Guarapuava, após cair do quarto andar. Tatiane, na verdade, foi vítima de feminicídio e sua morte inspirou a criação do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio no Paraná.
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Mais recentemente, houve o assassinato de Ana Paula Campestrini, em Curitiba, a mando de seu ex-marido. Ela morreu no dia 22 de junho após ser perseguida por um homem em uma motocicleta, que a abordou na entrada de seu condomínio, no bairro Santa Cândida, e disparou 14 tiros. A Polícia Civil trata o caso como feminicídio.
No Brasil, 1.350 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2020, o que representa 34,5% do total dos 3.913 assassinatos de mulheres ocorridos em todo o país. Nove em cada 10 mulheres vítimas de feminicídio morreram pela ação do companheiro ou de algum parente. O crime de feminicídio no Brasil só foi legalmente tipificado em 2015, com a Lei 13.104. Antes disso, a violência de gênero era respaldada pela Lei 11.340, de 2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha.
De acordo com os dados das polícias civis estaduais, em 2020 foram ao menos 694.131 situações relativas à violência doméstica, o que significa que a cada minuto 1,3 chamados foram de vítimas ou de terceiros pedindo ajuda em função de um episódio de algum tipo de agressão.
Dados como esse, junto ao aumento de 3,6% na emissão de medidas protetivas de urgência concedidas pelos tribunais de justiça entre 2019 e 2020 indicam que os casos de violência contra a mulher estão crescendo na pandemia, mesmo que os registros de feminicídio tenham caído 0,7% no mesmo período, segundo estatísticas atualizadas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os motivos dessa subnotificação envolvem a dificuldade das vítimas em pedir ajuda, os obstáculos que a pandemia tem imposto às famílias e a falta de procedimentos padronizados em todo o país, que não permite uma assistência mais consistente.
Serviço:
Ação de conscientização – Dia Estadual de Combate ao Feminicídio
Queremos Todas Vivas: um dia dedicado às mulheres que não podemos esquecer.
Dia: 22/07, quinta-feira, às 10h
Local: Boca Maldita
Site: queremostodasvivas.com.br (no ar a partir das 10h)
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