Da Redação
A decisão do ex-juiz Sergio Moro de se candidatar ao Senado pelo Paraná após o TRE de São Paulo negar seu pedido de domicílio eleitoral, agitou o tabuleiro político paranaense. Moro anunciou na noite de terça-feira (7) a intenção de disputar a vaga de senador pelo União Brasil. O principal afetado pela decisão é o senador Alvaro Dias (Podemos), candidato à reeleição. Procurado pelo Portal, sua assessoria informou que ele não falará sobre o assunto. Mas em uma rápida entrevista à rádio Banda B, de Curitiba, na manhã desta quarta-feira (8), o senador foi questionado sobre a entrada de Moro na disputa.
“Isso não é comigo. Não falo nada sobre isso. Isso é com o União Brasil, que é o partido dele [Moro] e respeito a autonomia partidária. Nada a declarar, nada a declarar”, afirmou. Na mesma entrevista, porém, Dias informou ter três alternativas para as eleições deste ano, que está estudando o assunto e definirá seu futuro político no final de junho, sem dar detalhes. Entre essas alternativas estaria lançar-se candidato a governador enfrentando Ratinho Jr., o que ameaçaria a reeleição do atual chefe do Executivo estadual.
Até agora, o nome de Alvaro Dias é o favorito para a eleição ao Senado, segundo pesquisas já divulgadas. Os outros candidatos ao cargo são o deputado federal Paulo Martins (PL), o ex-chefe da Casa Civil do governo do estado Guto Silva (PP) e o ex-governador Orlando Pessuti (MDB), entre outros.
Troco em Alvaro e pacau de bico para Ratinho Jr.
“Agora ele vem pro jogo. Com cautela, sem tentar colocar o carro na frente dos bois. Não vai poder errar!”, disse ao Portal um amigo muito próximo de Moro. Segundo ele, Moro foi sabotado em São Paulo ao ter sua candidatura negada pela justiça eleitoral paulista, “mas aqui não será”. Ainda de acordo com o amigo do ex-juiz, a candidatura ao Senado pelo Paraná seria um troco a Alvaro Dias, que teria atuado nos bastidores para inviabilizar a candidatura de Moro à Presidência da República. “Ele tentou não interferir na eleição aqui e não deixaram”, disse a fonte, referindo-se à decisão do TRE paulista que forçou Moro a lançar-se candidato pelo Paraná.
“Essa decisão da justiça eleitoral de São Paulo bagunçou o cenário político do Paraná. Se saem Ratinho, Requião e Alvaro ao governo, fica difícil não ter segundo turno. Se o Ratinho apoiar o Moro, perde o apoio do Bolsonaro. Se ficar com Bolsonaro, perde a fatia lulista do seu eleitorado. Pacau de bico, vai ter que costurar muito. Lembrando que ele prometeu o Senado para o Bolsonaro indicar o Paulo Martins”, resumiu ao Portal um aliado de Ratinho Jr.
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