Cantina Baviera chega aos 50 anos sob nova administração, mas com o mesmo charme e clima de taberna medieval

11/05/2022
6:16 pm
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Da Redação

Os clássicos do Baviera: Sopa de Cebola, Calzone de Ricota e Espeto de Mignon (Fotos: Fernando Zequinão)

Um dos restaurantes mais tradicionais de Curitiba, o Baviera completou nesta semana 50 anos de funcionamento ininterrupto. Sob nova administração desde o ano passado, a cantina está renovada, mas sem perder o charme que encanta os curitibanos durante todos esses anos. Com suas mesas com pés em formato de coração, ambientes discretos e iluminação à luz de velas, o Baviera é considerado por especialistas em gastronomia como o melhor restaurante para se tomar uma taça de vinho em Curitiba. Também ganhou fama de o mais romântico da cidade.

“Quando você pensa em sair para jantar e tomar um bom vinho, o que vem à cabeça, logo de cara? Para mim sempre foi o Baviera”, diz o empresário Márcio Borges, que de frequentador assíduo virou proprietário em meados de 2021. Já o antigo dono, o restaurateur Giovanni Muffone, 84 anos, virou cliente e sempre janta lá desde que o vendeu.

Cliente de carteirinha, Borges conta que a pergunta que mais escuta desde que assumiu a direção da casa é: “Você não vai mudar nada, né?”. “Eles podem ficar tranquilos, não vou mexer nas receitas, nos ingredientes utilizados no preparo dos pratos, nem na decoração, que é o que encanta quem vem até aqui”, promete. Famoso por servir generosas porções desde a inauguração, em maio de 1972, o Baviera tem uma clientela tão fiel quanto exigente. Entre os habitués da casa estava o ex-prefeito de Curitiba e ex-governador Jaime Lerner. Quando não podia ir ao restaurante, pedia em casa.

Alguns exemplos do que não será mexido estão na equipe, que tem funcionários com mais de 40 anos de casa, e insumos que não podem ser trocados sob nenhuma justificativa. “O queijo parmesão capa preta uruguaio da sopa de cebola tem um custo alto, mas como vou substituir? Os clientes vão perceber a diferença de sabor na hora”, explica Borges. A Soupe à L’oignon, sopa de cebola em tradução livre do francês, é uma entrada muito bem servida, além de ser um clássico curitibano. “Não tem quem não fale dessa sopa, ela é famosa e premiada”, acrescenta ele.

*O casal Thayana Hey e Márcio Borges (à esq.), os novos proprietários do Baviera. (Foto: Portal Reinaldo Bessa)*

Inovações só na gestão

As mudanças ficam para a parte gerencial do negócio, característica da veia empreendedora do novo proprietário, que atua no ramo de produtos médicos. Desde que assumiu, Márcio Borges já implantou um novo sistema de pedidos online, modernizou o site do Baviera, com sistema de reservas integrado e responsivo e muniu os garçons de palmtops para dar mais agilidade. O cliente que quiser também tem a opção de fazer o pedido usando um QR Code, ao invés do cardápio físico.

Também foi criada uma logomarca para as comemorações do cinquentenário, o “Selo 50 Anos, Jubileu de Ouro” e um bartender premiado foi contratado para desenvolver uma carta de drinks moderna. “São mudanças que acompanham a tecnologia dos novos tempos, porém, sem alterar em nada a decoração, a ambientação e a experiência de jantar no Baviera”, garante Borges. O restaurante foi o primeiro a servir à luz de velas em Curitiba, o que lhe rendeu a fama de mais romântico da cidade.