Da Redação
O centenário de nascimento do arquiteto curitibano Ayrton João Cornelsen, o Lolô Cornelsen, ganhará uma comemoração nesta quinta-feira (7) dia em que ele completaria dez décadas de vida. O evento, com início às 20 horas, no Museu Oscar Niemeyer, contará com uma série de atividades especiais, com destaque para a mesa redonda com arquitetos e o pré-lançamento do livro “Lolô Cornelsen – Vida e Obra”. Ele morreu no dia 5 de março de 2020 de causas naturais.
“Queremos destacar as obras do Lolô, antes de tudo, um homem muito à frente do seu tempo. Ele está diretamente ligado ao desenvolvimento do estado do Paraná, além de ter mostrado todo o seu talento em outras áreas, como a do automobilismo. Lolô Cornelsen foi único e merece todo o carinho nesta data tão especial, em que completaria 100 anos”, diz sua filha a arquiteta e produtora cultural Consuelo Cornelsen. A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, o presidente do Grupo RIC, Leonardo Petrelli Neto, e o empresário Patrick Cornelsen, seu neto, farão a abertura do evento, que é aberto ao público e tem entrada gratuita.
A mesa redonda “Reflexões sobre a obra do Lolô” será mediada por Rafaela Tasca e terá a participação dos arquitetos Salvador Gnoato, Marcos Bertoldi, Guilherme Macedo e Fernando Canalli. Durante a conversa, serão relembrados os grandes projetos assinados pelo arquiteto que impactaram a visão de profissionais e repercutem até hoje. Obras em audiovisual também vão celebrar a carreira de Lolô, com destaque para os vídeos “Lolô Maravilha”, de Acir Guimarães, e “Lolô – Sem Palavras”, de Iko e Hiran Pessoa de Mello, e o áudio “Lolô – Últimas Palavras”, de Airton Pissetti.
O livro “Lolô Cornelsen – Vida e Obra”, assinado por Guilherme Macedo e Josehenrique Zuchi, apresenta os projetos arquitetônicos mais relevantes de Lolô até suas contribuições para o desenvolvimento social e econômico do Oeste e Sudoeste do Paraná. Macedo, que fez a pesquisa para o livro ainda na faculdade, trabalhou em um escritório na icônica Residência Belotti, projetada pelo arquiteto. “A ideia do livro é tentar alinhar a produção do Lolô, conseguir juntar num material mais robusto toda a trajetória dele que, até então, se encontrava de forma pontual e muito isolada”, comenta Guilherme Macedo.
Homem Asfalto
Lolô Cornelsen nasceu no dia 7 de julho de 1922 em Curitiba. Formado pela então Universidade do Paraná em Arquitetura e Engenharia Civil, começou a construir uma carreira sólida muito cedo. Um dos últimos representantes do modernismo brasileiro, o arquiteto ganhou a alcunha de “Homem Asfalto” por ter sido diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER), em 1950, quando foi responsável pela pavimentação de mais de 400 quilômetros de rodovias em todo o estado.
Participou diretamente da elaboração de cidades e de projetos de planejamento urbano nas regiões Oeste e Sudoeste do estado, contribuindo diretamente para o desenvolvimento do Paraná. Projetos como a Rodovia do Café, a revitalização da Estrada da Graciosa e o ferry-boat de Guaratuba estão entre suas realizações. Convidado pessoalmente pelo presidente Juscelino Kubitschek, chegou a estruturar de hospitais e escolas a campos de golfe e hotéis na Europa, África e nas Américas.
Na juventude foi jogador do Atlético Paranaense pelo qual conquistou três campeonatos – amador em 1943 e 1944 e com o time principal, em 1945. Foi criador do escudo “CAP” que estampou os uniformes do clube até 2019. Apesar de ter atuado no rubro-negro paranaense, foi o idealizador do projeto original do estádio Couto Pereira, do rival Coritiba, e da Vila Olímpica do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro. Também deixou seu nome em residências modernistas espalhadas por Curitiba e nas pistas de corrida, assinando os projetos de importantes autódromos como o Internacional de Curitiba, de Jacarepaguá e os de Luanda, em Angola, e Estoril, em Portugal.
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