Com apresentações gratuitas no Festival de Curitiba, peça Labirinto Feminino explora a violência contra as mulheres

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No Palco Ruínas de São Francisco, em Curitiba, Peça Labirinto Feminino mostra o ciclo da violência contra a mulher (Foto: Divulgação)

Uma das peças do Festival de Curitiba vai abordar a violência contra as mulheres. Idealizada por Gabriela Gama, que dirige e compõe o elenco, a montagem será apresentada na mostra Fringe nos dias 6 e 7 de abril, com ingressos gratuitos. A mostra compõe a programação do Festival de Curitiba com a participação de companhias de teatro, circo, música, dança e performances de várias partes do Brasil e de outros países. 

Com a proposta de explorar o ciclo da violência contra a mulher em um relacionamento abusivo e como identificar suas diferentes fases, o espetáculo Labirinto Feminino será apresentado no último final de semana do festival, às 20h, no Palco Ruínas das Arcadas de São Francisco. 

O texto narra a história de uma mulher que está prestes a se casar com o seu “príncipe”. Porém, o que aparenta ser uma relação amorosa e feliz esconde uma realidade bem diferente. Por meio de performances e monólogos intensos, a peça explora o ciclo da violência doméstica e como situações de abuso se apresentam de formas diversas ao mesmo tempo que discute a importância de combater os feminicídios. 

“A peça é de grande relevância para o festival, já que apenas em 2023 houve aumento da violência contra a mulher, registrando um caso a cada dois minutos e números alarmantes de feminicídios, colocando o Paraná em terceiro lugar entre os estados com maior número de casos no país”, ressalta Gabriela. 

Segundo ela, o texto é composto por performances que foram criadas a partir de cada estação do ciclo de violência. “Contamos a história desde a mitologia, passando pelos contos de fadas e chegando até os dias de hoje”, explica a autora, diretora e atriz. A cenografia é minimalista, com o palco vazio que representa um espaço neutro repleto de elementos simbólicos, aludindo ao psicológico de uma vítima de violência. A iluminação, por sua vez, cria atmosferas diferentes ao longo da peça, ajudando de forma simbólica a destacar a transformação das personagens. Em contraste com a violência, momentos de esperança e de empoderamento também são destacados. 

Gabriela conta que o espetáculo é uma resposta ao aumento de casos de feminicídio no Brasil. “O que podemos fazer para mudar esse cenário? A peça foi pensada como uma forma de expor a calamidade, assim como um alerta e uma tentativa de prevenção. Reconhecer o ciclo talvez seja uma das formas de libertar uma próxima geração dessa que eu chamo de pandemia silenciosa”, enfatiza.

A arte imita vida

O espetáculo Labirinto Feminino surgiu de uma investigação que Gabriela Gama deu início em 2018 sobre a Síndrome de Estocolmo e os diferentes tipos de violência contra as mulheres. A pesquisa que embasa a peça também resultou em uma performance chamada Núpcias, na qual a atriz representa uma noiva que se prepara para o seu casamento enquanto vai contando as histórias de abuso que sofreu por parte do noivo.

A peça estreou em 2023 em São Paulo junto com a Realidade Virtual, uma experiência imersiva em óculos 3D no 31° Festival Mix Brasil.

SERVIÇO 

Labirinto Feminino – Festival de Curitiba 2024

Apresentações: Dias 6 e 7 de Abril

Horário: Sábado e Domingo, às 20h

Local: Palco Ruínas – Av. Jaime Reis, S/N – São Francisco.

Ingressos: Grátis

Classificação: 14 anos

Duração: 70 minutos

Instagram: @femininolabirinto

Direção: Gabriela Gama

Assistente de Direção: Júlio Oliveira

Elenco: Gabriela Gama e Shirtes Filho

Produção e Idealização: Faga’s Produções Artísticas

https://festivaldecuritiba.com.br/

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