Da Redação
Com a nova onda de casos de Covid-19, o Comitê de Técnica e Ética Médica da Secretaria Municipal da Saúde voltou a recomendar o uso de máscaras para reduzir a circulação do vírus. O comitê reforçou a orientação após avaliação dos indicadores epidemiológicos. Em maio, a secretaria lançou um Protocolo de Responsabilidade Sanitária e Social para Doenças de Transmissão Respiratória, entre elas a Covid-19.
O documento, que segue vigente, recomenda e normatiza o uso de máscaras, principalmente para aqueles mais vulneráveis e em locais de aglomeração ou alta circulação de pessoas. Recentemente, com a alta de casos em todo o país, o Ministério da Saúde reforçou em nota técnica o uso de máscaras como medida de prevenção. A Secretaria da Saúde do Paraná também recomenda a medida em todo o estado por meio da Resolução nº 786/2022.
“Todas as esferas do poder público estão alinhadas na decisão da importância do uso da máscara, ao menos nesse momento que vemos os casos aumentarem com grande velocidade. A máscara é, sim, nossa grande aliada para vencer mais essa onda”, orienta a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.
Para pessoas com sintomas respiratórios que tenham necessidade de deslocamento ou em caso de contato com outras pessoas o uso da máscara é obrigatório. Na última terça-feira (22), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou a volta do uso obrigatório de máscaras dentro de aviões e aeroportos.
A decisão foi tomada após reunião com especialistas e conselhos de classes médicas para análise do cenário epimiológico. A Secretaria da Saúde de Curitiba ressalta a importância da adesão da população às medidas orientadas pelas autoridades sanitárias e também de obter informações e orientações nos canais de comunicação oficiais de instituições públicas de saúde.
Casos crescem 800% em 20 dias
A média móvel de novos casos passou de 99 em 1º de novembro para 937 em 20 dias, um aumento de mais de 800%. Outro sinal de alerta é o número de pessoas em fase ativa da doença, que passou de 449 para 8.069 no mesmo período. Embora com boa parte da população vacinada e a grande maioria dos casos não se reverta em internamento e óbitos, os indicadores exigem cautela e adoção de medidas.
“Quanto maior a circulação do vírus, maiores as chances de pessoas vulneráveis serem infectadas e, consecutivamente, de muitos internamento e óbitos. No último boletim, por exemplo, já anunciamos cinco mortes, não queremos que isso se mantenha ou piore”, explica a infectologista da secretaria, Marion Burguer.
Nova variante
A alta de casos de Covid em todo o território nacional está associada à nova subvariante da ômicron, a BQ.1, que já circula em vários estados, mas ainda não teve confirmação laboratorial no Paraná. Com sintomas semelhantes às variantes anteriores, a BQ.1 não é de maior gravidade. E de acordo com o comportamento observado em outros países, ela tem em média cinco semanas de circulação em maior intensidade.
Prevenção
Aliados ao uso de máscara, a higienização frequente das mãos, ventilação dos ambientes e o distanciamento social também são medidas de grande eficácia para reduzir a transmissão das doenças de contágio respiratório. Além das regras de prevenção não farmacológicas, Burguer ressalta a importância de manter o esquema vacinal em dia. Com o perfil de mutação do vírus, todas as doses recomendadas são essenciais. A consulta do esquema vacinal para grupo pode ser feita no site Imuniza Já ou no aplicativo Saúde Já.
“As doses continuam disponíveis nas unidades de saúde e aqueles que ainda não completaram o ciclo vacinal devem buscar essa proteção”, orienta a infectologista. Além do público com doses em atraso, seguem sendo vacinados novos grupos, como os bebês nascidos entre 25 de novembro de 2019 a 30 de junho de 2020 com a primeira dose e a ampliação do segundo reforço para os nascidos em 1986 e 1987.