O retrofit, técnica de restauração e adequação de imóveis antigos, ganha destaque no mercado imobiliário. Com essa prática, além de preservar as características externas dos prédios, os apartamentos são remodelados, mas sem perder a história e a memória.
E em Curitiba a técnica vem conquistando adeptos principalmente no público masculino que não deixa de lado a boa localização e o conforto de um imóvel com espaços mais amplos que foram ‘transformados’ sem perder a essência original.
É o que observa Paulo Roberto de Oliveira, diretor da Tantus Imóveis. “O perfil é variado, mas temos observado que a maioria é de homens maduros, que sabem o que procuram, dentro de um nicho ainda novo de mercado, que não tem tanta velocidade nas transações. Lembrando que a ideia do retrofit traz uma característica fundamental: ele não é um apartamento reformado, é um imóvel que passou por uma transformação”, explica.
Quem busca as empresas especializadas no retrofit está atrás de imóveis com história, eficiência, pé direito alto e principalmente com espaço. Coisa que nem sempre é possível encontrar nas plantas novas das construtoras que valorizam as áreas externas em detrimento da área privada, que, em muitos casos, perde conforto.
Numa cidade como Curitiba, com seus 331 anos, não é difícil ver pelos bairros edifícios antigos que possuem fachada preservada e que no seu interior precisam apenas de uma repaginada para conquistar novos moradores. É o que se verifica numa simples caminhada pelo centro da cidade, onde investidores apostam suas fichas.
Um exemplo é um edifício de 1994, na Alameda Dr. Carlos de Carvalho, próximo à Praça Osório, com 12 andares e dois apartamentos por pavimento, colocado à venda pela imobiliária Galvão.
“Quando se investe dinheiro num apartamento desses, com certeza se torna um ativo valioso. E muitas vezes o retrofit é feito apenas no apartamento, não no prédio todo, em edifícios de mais de 50 anos, por exemplo”, ressalta Fernando Galvão, gerente de vendas da imobiliária.
A iniciativa, que nasceu na Europa e ganhou adeptos nos Estados Unidos, torna mais eficientes os imóveis que, com o passar dos anos, poderiam ficar obsoletos. Vale lembrar que as mudanças não são somente no campo visual, são necessários planejamentos elétricos e hidráulicos.
E para que tudo corra como o esperado, existem empresas especializadas que repensam a mudança de um quarto para um closet, que pode agregar valor ao imóvel, se preocupando com as instalações elétricas, por exemplo.
“Sem dúvida, é uma opção para pessoas que querem unir o espaço dos imóveis antigos com a modernidade dos novos. O apartamento pode estar muito bonito, todo transformado, mas precisa ter um valor justo, senão o cliente vai procurar outra coisa”, enfatiza o diretor da Tantus Imóveis.
O retrofit é vantajoso para quem compra um imóvel que foi remodelado mas mantém preservadas as características arquitetônicas históricas com a estrutura interna, incluindo a modernização da rede hidráulica e elétrica, adequadas à vida atual. E para quem vende a vantagem está em oferecer ao comprador valor agregado a um imóvel antigo, porém valorizado por uma nova estrutura interna ampla e confortável.