Da Redação
Depois de um ano suspenso por causa da pandemia, em 2020, e de uma edição online em 2021, o Festival de Curitiba deste ano contou com a volta do público aos teatros e nas apresentações de rua e foi um marco da retomada do setor cultural no país. Atualmente, o festival é o maior evento de artes cênicas da América Latina. Mais de 900 artistas e 130 companhias e grupos de teatro trabalharam no 30.º Festival de Curitiba que durou 13 dias, de 29 de março a 10 de abril.
Com teatros lotados e ocupando as ruas e espaços culturais da cidade, a 30ª edição do festival encerrou neste domingo (10) com um público estimado de 150 mil pessoas em suas mais de 200 atrações e um saldo de quase 4 mil empregos diretos e indiretos gerados.
Para o diretor do Festival, Leandro Knopfholz, este reencontro entre artistas e plateia foi a grande realização do evento. “Havia uma avidez do público em assistir de novo um espetáculo dentro do teatro e, de outro lado, a alegria dos artistas em poderem trabalhar novamente diante do público”, disse.
Cerca de 40 mil pessoas assistiram as peças da Mostra Lúcia Camargo, que neste ano mesclou estreias nacionais com peças que já tinham passado pelo festival em outras edições.
Quase todas as apresentações da mostra principal tiveram ingressos esgotados. Duas delas: o show “AmarElo” do cantor Emicida e o espetáculo “Abjeto – Sujeito: Clarice Lispector por Denise Stoklos” tiveram que abrir sessões extras devido à grande demanda por ingressos.
Outras atraíram olhares de nomes conhecidos da teledramaturgia como o dramaturgo, escritor e jornalista Walcyr Carrasco, responsável por várias novelas e séries de sucesso na Rede Globo, entre elas a vencedora do Emmy, Verdades Secretas. Ele esteve no fim de semana em Curitiba, para assistir o espetáculo Angels In America, no Teatro Guairinha, uma das montagens que estiveram em cartaz na grade de programação da Mostra Lúcia Camargo.
Mostras paralelas
As atrações do Risorama e do MishMash também tiveram ingressos esgotados e a estimativa da organização é de que 27 mil pessoas assistiram as peças da Mostra Festival na Rua.
Um dos grandes destaques desta edição que celebrou as três décadas da criação do evento foi a exposição “Viva! 30 anos por Lenise Pinheiro”, que registra 30 anos de história do Festival de Curitiba pelo olhar da fotógrafa que cobriu todas as edições desde 1992.
A exposição com mais de 400 imagens do trabalho da artista foi montada em vários formatos e espaços culturais, distribuídas por 15 pontos diferentes de Curitiba. A maior parte do material está no vão livre do Museu Oscar Niemeyer (MON) e fica em cartaz até o dia 29 de abril.
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Plataforma cultural
O Festival de Curitiba terá uma plataforma digital própria para o setor cultural: a CACO. O objetivo da ferramenta é conectar profissionais da área e ser um espaço para divulgação de trabalhos, observação das tendências do teatro e novas oportunidades.
A plataforma se inicia como uma rede para conectar pessoas do setor e, com tempo, oferecerá novas soluções, como a realização de cursos e oferta de conteúdo específico. Em um terceiro estágio, a CACO abrangerá o público final – os espectadores – e será também um guia cultural e local para compra de ingressos, entre outras funcionalidades. Com o tempo, a CACO terá mapeamento de salas de teatro, grupos existentes em determinado local, profissionais de cada segmento (atores, iluminadores, sonorizadores, contrarregras, por exemplo), e conectará pessoas e locais.
A partir da CACO, pretende-se criar uma teia de profissionais e espaços e estimular a economia criativa, inicialmente, do mundo do teatro. “A plataforma tem um viés econômico muito forte. Queremos que se torne uma mina de recursos de teatro e beneficie a todos os envolvidos na área. As companhias se beneficiarão da plataforma e poderão utilizá-la como uma espécie de depósito virtual do seu repertório”, afirmouLeandro Knopfholz.
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