Os curitibanos têm motivos especiais para acompanhar o retorno de Gilberto Gil à cidade. A lenda da música brasileira desembarca na capital em 9 de novembro com a ópera “Amor Azul”. Além do grandioso espetáculo, este será o último show do artista no Teatro Positivo, que declarou diminuir a quantidade de turnês a partir de 2025. Em entrevista à CULT! Produções, o cantor disse que pretende continuar cultivando suas ambições artísticas de forma mais íntima, sem a intensa exigência das turnês. “pretendo continuar cultivando a música. Adequando o trabalho ao limiar que a velhice requer”, disse Gil no vídeo que foi encaminhado pela CULT! com exclusividade ao Portal Grands por Bessa.
Aos 82 anos e em plena reinvenção artística, Gilberto Gil promete uma apresentação sem igual em sua carreira. O libreto foi composto ao lado do maestro italiano Aldo Brizzi, criador e diretor do Núcleo de Ópera da Bahia, e resgata da mitologia e literatura indianas uma história de amor ao longo de diferentes eras. Após três noites de aclamação e sessões lotadas em Paris, o show inicia sua turnê nacional em Curitiba. Os ingressos estão à venda pelo Disk Ingressos.
Música clássica sob olhar contemporâneo
A ópera acompanha o envolvimento amoroso entre a mortal Radha e o deus hindu Krishna. O concerto se desdobra em dois atos, na Índia do passado e no Brasil contemporâneo. Gil interpreta dois papéis no palco, o de Vishnu, um dos deuses supremos do hinduísmo, e o de Jayadeva, compositor e escritor indiano do século 12.
Em “Amor Azul” são 47 músicas inéditas, que unem diferentes gêneros e ritmos em uma narrativa única: orquestra sinfônica, balé indiano, vozes populares e coro lírico, além de percussão afro-brasileira, samba, afoxé, bossa nova e Veena indiana. “A proposta foi fazer, a partir dessa atualização do libreto do poema, uma ópera mestiça, com todos os matizes desses campos culturais asiáticos, africanos, europeus, americanos e agora brasileiros. O desafio foi adequar essa multiculturalidade, essa paleta de cores variadas, a uma música que abraçasse todos os elementos, dando a eles todos uma conotação contemporânea”, declarou Gil sobre tamanha variedade.
Apesar da fusão entre os estilos, o objetivo foi manter a música popular brasileira como condutora de todas as influências. “A gente quis fazer uma ópera com DNA profundamente brasileiro, de ter sempre a canção brasileira como base de cada momento de ‘Amor Azul’. São 47 músicas inéditas de Gilberto Gil, que serão tocadas pela primeira vez no Brasil”, afirmou Brizzi, responsável pela transposição dos gêneros musicais em ópera.
Aclamação internacional
O espetáculo estreou em dezembro de 2023, em Paris. Foram três apresentações lotadas e com longa fila de espera, além de cinco exibições na televisão e rádio francesas. Em cada noite, o público rendeu aplausos em pé por 15 minutos.
“Foi a primeira vez que vi de, em uma orquestra sinfônica, o público pular e dançar durante o concerto”, destacou Brizzi a respeito da terceira noite de apresentação.
Críticos franceses destacaram a ópera como um “triunfo”, “uma criação original” e “uma festa prodigiosa”.
O cantor ressalta a incrível recepção da obra. “Nossa apresentação da versão concerto em Paris foi muito bem recebida pela crítica, pelo mundo especializado da música clássica e pelo público. A gravação da ópera caminhou muito bem nos meios televisivos da França”, finaliza Gil.
Gilberto Gil & Aldo Brizzi – Amor Azul
Quando: 9 de novembro, 21h
Onde: Teatro Positivo (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido, Curitiba – PR)
Vendas: Disk Ingressos
Produção artística: Alegro
Apoio: Núcleo de Ópera da Bahia
Realização: CULT! Produções
