Neste terceiro e último texto sobre o país, nosso próximo destino é a cidade de Luxor, com a exuberância do Vale dos Reis. A região conta com templos magníficos e inaugurações recentes sobre o Egito Antigo. Encantada por sua história e grandiosidade, tive a oportunidade de fazer um lindo passeio de balão ao nascer do sol pela região. Confira!
Daniela Barranco
Vale dos Reis
Vale dos Reis, desfiladeiro longo e estreito a oeste do Rio Nilo, no Alto Egito, fazia parte da antiga cidade de Tebas e foi o local de sepultamento de quase todos os faraós das dinastias 18, 19 e 20 (1539–1075 aC). Localizado nas colinas atrás Dayr al-Baḥrī, as 62 tumbas conhecidas exibem variedade tanto na planta quanto na decoração. Em 1979, a Unesco designou o vale como parte do Patrimônio Mundial da antiga Tebas, que também inclui Luxor, o Vale das Rainhas e Karnak.
Os reis do Novo Reino (1539–1075 aC), temendo pela segurança de seus ricos túmulos, adotaram um novo plano para esconder suas tumbas em um vale solitário nas colinas ocidentais. Lá, em tumbas afundadas no coração da montanha, os faraós foram enterrados, assim como várias rainhas e os numerosos filhos de Ramsés II.
A planta dos túmulos varia consideravelmente, mas consiste essencialmente em um corredor descendente interrompido por fossos profundos para confundir os ladrões e por câmaras ou vestíbulos com pilares. No final do corredor está uma câmara mortuária com um sarcófago de pedra em que a múmia real foi colocada e câmaras de armazenamento em torno das quais móveis e equipamentos foram empilhados para uso do rei no pós vida.
Túmulo de Tutankhamon (Fotos: Acervo Pessoal)
Apenas a pequena tumba de Tutankhamon (reinou de 1333 a 1323 aC), localizada no fundo do vale e protegida por uma pilha de lascas de rocha, apresenta os tesouros maravilhosos que foram exumados, em 1922. Hoje, residem no Museu Egípcio no Cairo, onde apresentam vividamente como era rico o sepultamento de um faraó do apogeu do império. A tumba mais longa pertence à Rainha Hatshepsut, cuja câmara mortuária fica a cerca de 215 metros da entrada e desce 100 metros na rocha. Um lugar para se surpreender pela estrutura, riqueza e hitória preservada.
Templo de Hatshepsut
Templo de Hatshepsut (Fotos: Acervo Pessoal)
Entre as funções de qualquer monarca egípcio estava a construção de projetos de edifícios monumentais para homenagear os deuses e preservar a memória de seus reinados para a eternidade. Entre eles, o templo mortuário da Rainha Hatshepsut (1479-1458 aC), no Vale dos Reis, se destaca como um dos mais impressionantes.
O que mais marca este impressionante templo, além de sua arquitetura, é o fato de pertencer a única faraó mulher do Egito. Que teve um dos mais prósperos e pacíficos reinados da história. Ela encomendou seu templo mortuário e o planejou para contar a história de sua vida e superar qualquer outro em elegância e grandeza. O segundo nível do templo é alcançado por uma rampa longa que passa por jardins exuberantes e um elaborado pilar de entrada flanqueado por obeliscos altíssimos. Todos os três níveis exemplificam o valor tradicional egípcio de simetria.
Templo de Karnak
Templo de Karnak (Fotos: Acervo Pessoal)
Com mais de 2 quilômetros quadrados, o local conhecido como Templo de Karnak foi construído em dedicação ao deus Amon e expandido por uma sucessão de faraós, desde os do Império Médio (1965-1920 aC) à dinastia ptolomaica (305 aC a 30 dC). O resultado é um incrível labirinto de templos, santuários, esfinges, colunas e postes em meio a outros edifícios antigos. Seu nome se traduz em árabe como ‘vila fortificada’.
Um dos locais mais importantes e impressionantes do complexo do Templo de Karnak é o Templo de Amun-Ra, com seu mundialmente famoso Grande Salão Hipostilo. O edifício tem cerca 5.000 m², conta com 134 colunas. Depois que o Egito caiu sob o controle de Roma, em 30 aC, o grande complexo se tornou o magnífico sítio arqueológico que é hoje.
Templo de Luxor
Templo de Luxor (Fotos: Acervo Pessoal)
Situado no meio da cidade, o templo de Luxor é evocativamente iluminado e recebe visitantes à noite. A imponente parede frontal proclama o poder e a grandeza dos faraós. Esta grande entrada foi marcada com um par de obeliscos altíssimos. Sendo que um deles hoje se encontra em Paris, na Place De La Concorde. Este complexo sagrado foi construído por volta de 1300 aC, quase mil anos antes da Idade de Ouro da Grécia antiga.
Os templos do Egito não eram locais de adoração pública, mas locais de mistérios sagrados, onde sacerdotes e faraós se reuniam em particular com os deuses. Relevos mostram faraós cortejando os deuses com rituais e oferendas. Embora o templo possa ter sido dedicado aos deuses, todas as estátuas celebram o grande faraó, Ramsés II. O tamanho do complexo com sua floresta de colunas maciças levando a quadrados enormes é um testemunho do poder de Ramsés.
À medida que você adentra no complexo, as coisas ficam mais velhas e crescendo em importância religiosa. Tudo em Karnak leva a uma pequena câmara que marca o coração do complexo do templo: o Santo dos Santos.
Avenida das Esfinges
A longa jornada para trazer esta avenida aos olhos da humanidade começou há 72 anos com a descoberta deste caminho por arqueólogos egípcios. Nos últimos três anos, os esforços foram intensificados para terminar o processo de restauração e inaugurar neste ano de 2021, posso afirmar que é uma das mais belas maravilhas do Egito Antigo.
A magnifica avenida das esfinges, com 2.700 metros de comprimento, outrora ligava os templos de Karnak e Luxor, onde sacerdotes, realeza e piedosos caminhavam em procissão. São 1.350 esfinges com cabeça humana e corpos de leões, que tiveram sua construção iniciada durante o Império Novo e concluída durante o governo da 30ª Dinastia de Nectanebo I (380-362 aC). A estrada foi renovada pela Rainha Ptolomaica Cleópatra (51-30 aC) e mais tarde usada pelos Romanos.
Ver que ainda hoje novas descobertas nos deixam estarrecidos, imaginamos quanto ainda está por ser encontrado nesse país que vibra história. Ir para o Egito é entrar em um livro que não tem limite de descobertas e glórias.
Impossível não sair deste país apaixonada e com vontade compartilhar esse conhecimento com as pessoas.
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