Uma equipe médica da clínica Quanta Diagnóstico, de Curitiba, realizou um estudo inédito sobre tratamentos cardíacos, publicado pela revista Cardiology and Therapy da Springer Nature, a maior editora de artigos científicos do mundo.
Com o trabalho, os especialistas da Quanta – clínica reconhecida como referência em diagnóstico por imagem e também pela comunidade científica no Brasil e no exterior – conseguiram identificar a eficiência do uso do Ivabradina para o tratamento de angina crônica, dor no peito causada pela isquemia (diminuição do fluxo de sangue no coração). O medicamento tem a capacidade de reduzir a frequência cardíaca e os episódios de dor.
A pesquisa utilizou a técnica nuclear para estudar a fisiologia do coração e seu funcionamento, em especial o exame de imagem Cintilografia de Perfusão Miocárdica, para avaliar o quanto de sangue chega à musculatura cardíaca. “Há muitos anos, este exame é aceito na imagem cardiovascular para o diagnóstico de isquemia miocárdica, para nos auxiliar a confirmar que o paciente tem angina de peito por uma falta de irrigação no coração, mesmo em uso dos betabloqueadores”, relata o médico coordenador do estudo, Olímpio França Neto.
A equipe demonstrou que após alguns meses de tratamento, o uso do medicamento foi associado à diminuição da isquemia miocárdica detectável pela cintilografia, o que trouxe aos pacientes melhora da capacidade de exercício, diminuição da frequência de angina e aumento da qualidade de vida.
O uso da técnica nuclear possibilitou monitorar o tratamento do paciente para observar o grau de eficácia da medicação e seus benefícios de forma inédita. “O objetivo deste estudo foi avaliar alterações na porcentagem de isquemia miocárdica após adição de Ivabradina à terapia betabloqueadora estabelecida em pacientes isquêmicos com angina crônica, utilizando cintilografia de perfusão miocárdica”, explica Olímpio.
O estudo, que recebeu financiamento do laboratório francês Servier, reforça os benefícios das medicações, que vão se tornar cada vez mais frequentes no tratamento da doença. “Antigamente, se fazia muito mais cirurgias e se colocavam mais stents, um dispositivo coronário, em algumas situações específicas. Hoje o acompanhamento do tratamento clínico, com medicações, é visto como uma excelente opção”, comenta o cardiologista João Vicente Vítola, diretor geral da Quanta.
A pesquisa recebe o nome “Efeitos da Ivabradina na Perfusão Miocárdica na Angina Crônica: um estudo prospectivo, aberto, de braço único” e foi realizada pelos médicos Olímpio França Neto (coordenador do estudo), Miguel Morita F. Silva, Rodrigo Cerci, Carlos Cunha Pereira, Margaret Masukawa e João Vicente Vítola.