Estudante de Witmarsun vence etapa nacional de concurso promovido por agência alemã

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Da Redação

A estudante Hanna A.Krsch, de 17 anos, representou a única escola publica da competição e venceu a etapa nacional do concurso promovido pela Agência Central de Escolas no Exterior, órgão do governo (Foto: Arquivo pessoal)

A estudante de 17 anos Hanna A. Kirsch, da 3ª série do ensino médio do Colégio Estadual do Campo Fritz Kliewer, instalado dentro da Colônia Witmarsum que pertence ao município de Palmeira, a 65 km de Curitiba, foi a vencedora da etapa nacional do ‘Jugend debattiert’, concurso de debates na Língua Alemã promovido em todo o mundo pela ZfA – Zentralstelle für das Auslandsschulwesen, a Agência Central de Escolas no Exterior, órgão do governo alemão, e aqui no Brasil também pelo Instituto Ivoti.

Neste ano o evento aconteceu de forma on-line, devido à pandemia nos dias 17 e 18 de junho e contou com a participação de 24 alunos de 15 escolas do país com alto nível de proficiência. O Colégio Estadual Fritz Kliewer, foi a única instituição pública entre os competidores. Além de Hanna, Milena Zittel também representou o Paraná e a Fritz Kliewer, chegando à semifinal. “Ficamos muito felizes com o resultado das meninas. Existe todo um preparo dos professores e de como ensinar as técnicas de debate aos alunos, o que no Brasil em geral não se aprende”, diz a diretora Monika Penner Pauls.

Na edição deste ano participaram 24 alunos de 15 escolas do país com alto nível de proficiência. O Colégio Estadual Fritz Kliewer foi a única instituição pública da competição. (Foto: SEED/PR)

Com a conquista, Hanna irá disputar, em outubro, a etapa sul-americana do Jugend debattiert, provavelmente também de maneira online. Um outro aluno do Rio Grande do Sul, que ficou em segundo lugar, também se classificou para a etapa continental. Os vencedores vão à etapa final na Alemanha – ainda sem previsão de data. “Sempre tive o alemão muito presente em casa, minha mãe [alemã] veio ainda criança para o Brasil e os meus avós por parte de pai também são alemães. Cresci com as duas línguas, mas a minha língua materna é o portugûes”, diz Hanna. 

Mesmo com toda a vivência em outra língua, com ligações para parentes no exterior, filmes e livros, ela explica que a escola ajudou bastante no aprendizado. “Foi muito importante para aperfeiçoar, principalmente com a gramática e no desenvolvimento para expressar opinião. O alemão tem esse lado de ser crítico e debater vários assuntos”, conta.

Além de debates em alto nível linguístico, o concurso requer conhecimento, uma vez que os temas debatidos são relevantes e complexos, como doação de órgãos, criação em massa de animais e obrigatoriedade do voto – os temas desta edição, informados aos participantes apenas uma semana antes do evento. “Foi uma semana muita leitura e pesquisa sobre os assuntos, até porque não sabíamos qual lado iríamos defender”, explica Hanna.

Em cada rodada os estudantes são divididos em grupos de quatro, e subdivididos em duplas, sendo que cada dupla precisa defender o tema escolhido com argumentos a favor ou contra o assunto. O lado do posicionamento a ser defendido é determinado por sorteio e, até por isso, o que define os vencedores pela escolha dos jurados é a argumentação.

Esta é a segunda participação do Fritz Kliewer na competição – na primeira em 2019, dois estudantes foram semifinalistas na etapa nacional realizada no Rio de Janeiro. No ano passado, já com o modelo online, a escola acabou não participando. Neste ano, além da preparação das próprias escolas, a organização do evento promoveu uma formação de cinco encontros com ex-vencedores do concurso, que deram orientações, dicas e explicaram os principais critérios de avaliação.

Aulas de alemão e convênio 

Com 220 alunos dentro da principal colônia de imigrantes alemães nos Campos Gerais, o Colégio Fritz Kliewer é a única escola pública com convênio com a ZfA, o que permite a instituição receber recursos para a aquisição de materiais didáticos e formação de professores.  

Anteriormente privado, o colégio passou para a administração do estado há mais de uma década e manteve características originais, como a carga horária maior e o ensino da língua alemã na matriz curricular, com aulas para todas as séries, sendo quatro semanais para as do fundamental e três para as do médio, divididas em dois níveis: um para os alunos que tem mais domínio do idioma e conversam em casa com os pais, e outro para os estudantes que só aprenderam o alemão na escola.

O colégio fica dentro da maior colônia de imigrantes alemãos dos Campos Gerais e mantém a grade curricular diferenciada, apesar de fazer parte da rede estadual de ensino. (Foto: SEED/PR)

Junto ao ensino de alemão, o convênio permite aos alunos realizarem gratuitamente, por exemplo, um teste de proficiência na língua, com o qual futuramente, podem cursar faculdades na Alemanha, além da possibilidade de concorrer anualmente a uma seleção para intercâmbio de curta duração no país europeu.

“Já tivemos vários alunos em anos anteriores que tiveram essa experiência custeada pelo governo alemão, mesmo com a forte concorrência dos colégios particulares de diferentes estados”, diz a coordenadora de Alemão da escola, Sabine Kreusch.

Kreusch lembra que os valores que recebem da ZfA dependem das aprovações dos testes realizados pelos estudantes, o que estimula a escola a seguir evoluindo no ensino. “O preparo para o concurso em si acontece dentro da própria aula de alemão, até porque condiz com a prova de proficiência”, explica.

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