Da Redação
O poeta curitibano Paulo Leminski é o tema de uma exposição que acaba de ser aberta em Roma. A mostra Múltiplo Leminski, realizada pela Embaixada do Brasil, pode ser visitada no Instituto Guimarães Rosa na capital italiana. A abertura, no último dia 24, contou com a participação do embaixador Hélio Ramos e de Aurea Leminski, filha do poeta e uma das curadoras da exposição, que comemora dez anos de circulação e já passou por 15 cidades do Brasil e do exterior. Também fez parte da abertura o lançamento da versão em italiano de um dos livros de Leminski, “Distraídos venceremos”.
“A exemplo de Lisboa, no ano passado, a montagem da Múltiplo Leminski em Roma também é produzida localmente. Para criar uma ambientação acrescentamos documentos originais, como objetos afetivos, e criamos uma atmosfera leminskiana com recursos de áudio e vídeo para complementar o mergulho na obra e vida de Paulo Leminski”, diz Aurea, que divide a curadoria da exposição com a mãe, Alice Ruiz, e a irmã, Estrela Ruiz Leminski.
Aurea esteve em Roma para a montagem da exposição e participou de uma mesa redonda para o lançamento de “Distratti vinceremo”, edição italiana de “Distraídos venceremos”. Com tradução do poeta Massimiliano Damaggio, este é o primeiro lançamento de Leminski na Itália, pela editora L’arcolaio. “Essa tradução é um presente para o público e também para mim, pois mostra que esse poeta que admiro tanto e que fez a poesia ser pop está com uma obra viva e sendo valorizada”, conta o jornalista e poeta paranaense Tuti Maioli, que mora na Suíça e foi responsável pela tradução para o italiano.
Além da edição italiana, o clássico “Agora é que são elas” se torna “Ahora es que son ellas” na Espanha. Segundo livro de Paulo Leminski publicado pela editora Libros de la Resistencia (o outro foi “Catatau”, em 2019), essa obra foi contemplada no Programa de Apoio à Tradução e Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, da Biblioteca Nacional, com apoio da Embaixada do Brasil em Madri.
Um dos nomes mais importantes e vibrantes da literatura brasileira, Leminski nasceu em Curitiba, em 1944, e fez de sua vida uma busca contínua pelo sublime. Seja pela procura religiosa, que despertou precocemente a vontade de ser monge, levando-o a passar parte da juventude no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, seja até na filosofia zen que marcou sua obra, passando pelo minimalismo do dia a dia dos haicais. Esta forma poética japonesa, aliás, teve no autor um de seus grandes divulgadores no Brasil.
Como tradutor, Leminski trouxe para a nossa língua textos de autores plurais como Matsuó Bashô, Beckett, James Joyce e John Lennon. Como compositor, escreveu mais de cem canções, sozinho e em parceria, e teve suas composições gravadas por estrelas da MPB como Caetano Veloso, Itamar Assumpção, Ney Matogrosso, Paulinho Boca de Cantor e Moraes Moreira. Em 2013, a carreira de Leminski experimentou um renascimento com o lançamento, pela Companhia das Letras, da cultuada coletânea “Toda Poesia”, best-seller com a obra poética completa organizada por sua viúva Alice Ruiz, que acompanhou toda a produção. Esse trabalho apresentou o autor para toda uma nova geração de leitores.
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2 comentários em “Exposição Múltiplo Leminski, sobre o poeta curitibano, é aberta em Roma e suas obras são traduzidas para o italiano e o espanhol”
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