Uma família paranaense está prestes a dar início a uma grande aventura, ir de Cusco, no Peru, até Ushuaia, na Argentina, de bicicleta. O engenheiro ambiental curitibano José Leonardo Mendes, de 38 anos, desde os 11 faz viagens de bike. A primeira foi com o pai e os dois saíram de Curitiba com destino a Morretes, no Litoral do Paraná.
Já a terapeuta Priscila da Rosa Mendes, de 37 anos, mulher de Zé Leonardo, é natural de Morretes, da qual já foi foi miss, mas se apaixonou pelo ciclismo. O casal tem três filhos, Leonardo, de 8 anos, e as gêmeas Maria Luiza e Maria Júlia, de 6 anos. Todos vivem num sítio na cidade litorânea, no pé da Serra do Mar. A família sairá do Brasil no dia 13 de junho de ônibus até o Peru.
Zé e Priscila sempre andaram de bicicleta e participaram de competições, como o circuito paranaense. Ela foi campeã do circuito metropolitano e ele participou de triathlons. Mas o foco do ciclismo praticado por eles naquela época era outro, pois ambos se preocupavam apenas com alta performance como atletas.
Antes da chegada dos filhos, o casal fez várias viagens de bike e em 2014 percorreu o Vale Europeu, em Santa Catarina.
As crianças ganharam a primeira bicicleta de equilíbrio quando tinham pouco mais de 1 ano. O filho Leonardo, com apenas cinco meses, já ia de carona com os pais, o que despertou a paixão das crianças pelos passeios de bike.
“A aventura que faremos vai atender também a um pedido das crianças que sempre perguntam quando vão fazer uma grande viagem de bicicleta”, conta Zé Leonardo.
A ideia desta grande aventura começou com um rabisco de papel em 2018; já em 2020, durante uma viagem de três meses pelo circuito caiçara, que compreende o Litoral do Paraná, o casal teve que adiar os planos por causa da pandemia.
A estimativa dos viajantes é percorrer mil quilômetros por mês e no final chegar aos oito mil previstos para todo o percurso, que vai começar em Cusco, no Peru, passando pela Bolívia, onde irão conhecer o Lago Titicaca, e cruzar os Salares. Os cinco aventureiros ainda vão encarar o deserto do Atacama, passar pela Patagônia argentina em direção ao Chile tendo como cenário as belezas da Carretera Austral, até seguir para o extremo do continente, em Ushuaia, capital da Terra do Fogo.
“A ideia é ter um planejamento básico, viver e fazer essa travessia sem pressa, vivendo aquela cultura, aquele povoado e ouvindo as histórias das pessoas. Não temos prazo, tudo pode mudar conforme os moradores forem nos contando. Essa é a intenção, ouvir muito os conselhos de quem vive nesses locais”, explica Zé Leonardo.
A família está preparada para enfrentar o frio e as altas altitudes. Eles estão levando barracas e comidas, mas não descartam a possibilidade de ficar em casa de outros ciclistas, principalmente os inscritos no Warm Showers – aplicativo que estimula a hospitalidade entre os ciclistas viajantes, pois um dos objetivos é a troca de experiências e a possibilidade de conhecer outras culturas e a gastronomia de cada região visitada.
“Não estamos definindo uma data fixa de retorno, queremos aproveitar os momentos em família tranquilamente. Nos preparamos para conhecer cada lugar e aproveitar a experiência de maneira autônoma, mas não descartamos a possibilidade de ter ajuda de outros viajantes. A rede de ciclistas é grande por todos os lugares, nos ajudamos e trocamos informações para que todos possam fazer viagens seguras e agradáveis”, ressalta Zé Leonardo.
