Hospital de Curitiba realiza cirurgia inovadora com o uso de inteligência artificial

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Monique Benoski

O neurocirurgião Luiz Roberto Aguiar. (Foto: Rafael Danielewicz)

O Hospital Pilar, de Curitiba, realizou uma cirurgia complexa e inovadora em uma paciente com má-formação arteriovenosa no tálamo (estrutura localizada no diencéfalo, entre o córtex cerebral e o mesencéfalo). O procedimento foi feito com o auxílio de inteligência artificial, robótica, realidade aumentada e monitorização das funções neurológicas da paciente. Essas ferramentas que auxiliam os neurocirurgiões na localização das lesões em procedimentos complexos foram introduzidas na medicina há pouco mais de uma década, mas nunca haviam sido utilizadas em Curitiba, segundo o Hospital Pilar.

Os neurocirurgiões Luiz Roberto Aguiar e Leo Diztel Filho lideraram a equipe responsável pela cirurgia, a primeira com o uso de tais ferramentas realizada na cidade. Após sofrer uma hemorragia, a jovem apresentou um quadro que combinava paralisia sensitiva e motora no lado direito do corpo.

De acordo com Aguiar, a estratégia foi reunir uma equipe altamente especializada, diminuindo os riscos de qualquer prejuízo às funções neurológicas da paciente, uma vez que ela já estava com parte da função motora comprometida e a cirurgia convencional seria complexa e com alto risco. “Comemoramos, pois conseguimos realizar uma neurocirurgia inovadora com bastante sucesso, promovendo a recuperação quase completa dos sintomas”, diz Luiz Roberto Aguiar.

O mais moderno sistema de neuronavegação

O neurocirurgião comenta que essa cirurgia só foi possível por causa dos equipamentos adquiridos pelo hospital, o mais moderno sistema de neuronavegação existente, que, conectado ao microscópio Zeiss Kinevo 900 por uma interface robótica, gera uma ampla e complexa capacidade de visualização da região a ser operada.

Ele explica que o sistema de navegação, com auxilio de poderosos softwares de inteligência artificial, reconhece e individualiza automaticamente as diversas estruturas cerebrais a partir de exames de ressonância magnética permitindo, inclusive, a reconstrução tridimensional do conectoma cerebral, que é o sistema de fibras que forma os circuitos cerebrais.

Além disso, no pré-operatório, o cirurgião faz uma simulação tridimensional do procedimento numa estação de planejamento instalada nas dependências do hospital. Nesse teste é possível estabelecer alvos e trajetórias e identificar todas as dificuldades que poderão surgir. Durante a cirurgia, essas imagens do planejamento são enviadas para o Sistema de Visualização Robótica Kinevo 900 da ZEISS e o cirurgião recebe a visão multidimensional do campo operatório, com imagens holográficas tridimensionais que mostram não só a localização precisa da lesão, mas toda a estrutura cerebral adjacente.

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O microscópio, que tem um sofisticado sistema de visualização, segue com movimentos precisos os deslocamentos das mãos do cirurgião, reconhece o foco, profundidade de campo e cria e projeta as imagens tridimensionais holográficas em tempo real. Diferente dos demais microscópios convencionais utilizados no país, o Kinevo 900 possui tecnologia que permite ao cirurgião realizar procedimentos com o auxílio de um sistema de vídeo, projetando as imagens em um monitor 3D de 55″ com definição 4K, sem a necessidade do uso da binocular. Dessa forma, oferece mais ergonomia e liberdade de ações ao médico.

Procedimento minimamente invasivo

A precisão deste conjunto de equipamentos é tão grande que é possível fazer uma neurocirurgia complexa de forma minimamente invasiva. Segundo Aguiar, isso reduz os riscos da cirurgia, o tempo de operação e o período de recuperação pós-operatório. “No caso dela, contamos com o suporte de 11 profissionais, incluindo cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, instrumentadores e engenheiros biomédicos, que cuidam de todo esse equipamento e de seu perfeito funcionamento de acordo com o plano cirúrgico. Além destes, um neurologista, especialista em neurofisiologia, acompanha todo o desenrolar da cirurgia utilizando um sistema de monitorização neurofisiológica.

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