Da Redação
O hospital oncológico infantil Erastinho, que faz parte do complexo do Hospital Erasto Gaertner (HEG), comemora dois anos nesta quinta-feira (01). Desde a inauguração, em 1º de setembro de 2020, já foram 13.570 pacientes assistidos e mais de 87 mil atendimentos. No período, foram feitas ainda 29,5 mil consultas médicas, 2,6 mil cirurgias e 77 transplantes de medula óssea.
“Nestes dois anos do Erastinho, é notório que o volume dos serviços oferecidos cresceu consideravelmente, prova da credibilidade que conquistamos. Mesmo com o aumento da demanda, mantemos o foco na qualidade. Além da nossa missão de combater o câncer com humanismo, ciência e afeto, conseguimos retribuir todo esforço e apoio que recebemos da sociedade durante a campanha para a construção das instalações”, destaca a médica Mara Albonei Pianovski, diretora-geral do Erastinho, o primeiro hospital oncopediátrico do Sul do país.
Ainda sobre a elevação da demanda e a intensificação do suporte oferecido pela equipe de profissionais, a médica ressalta a relevância do número de consultas no Pronto Atendimento. “Só nos últimos três meses, a quantidade de consultas igualou-se à registrada em todo o ano de 2021. Também fizemos um outro comparativo. No período de um ano (de setembro de 2020 a agosto de 2021), foram 3.244 atendimentos. Entre os mesmos meses dos anos seguintes, a quantidade saltou para 29.494, um crescimento de 700%”, afrima a diretora-geral.
Mara ressalta o substancial incremento no total de consultas médicas, que passou de 6.848 para 8.061 no mesmo intervalo, somando, portanto, 17.909. No período, um outro indicador que chama a atenção foi a identificação de casos novos de patologias na população, 1.354. Destes, 472 são oncológicos.
Pronto Atendimento
O PA do Erastinho, que dispõe de atendimento de urgência e emergência durante 24 horas, foi aberto em junho de 2021. A estrutura abrange internamento clínico, cirúrgico e UTI pediátrica, dedicados a pacientes com planos de saúde e particulares.
Outra conquista nesses dois anos foi a homologação da instituição, em conjunto com o HEG, como um dos centros para uso da terapia celular Car-t cell. A aprovação foi dada pela Novartis, grupo farmacêutico suíço. Os requisitos de qualificação incluíram capacitação das equipes de enfermagem e de banco de sangue para a realização do procedimento.
No Car-t cell são extraídas do sangue as células T do paciente, aquelas que atuam como “soldados” do sistema imunológico. O material biológico passa por um processo de modificação genética em laboratório e, posteriormente, são reintroduzidas no organismo via corrente sanguínea para identificar e combater o câncer. Em síntese, as próprias células do paciente são utilizadas na terapia.
O tratamento é recomendado para pacientes pediátricos e adultos jovens (até 25 anos de idade) com leucemia linfoblástica aguda (LLA) de células B, refratária ou a partir da segunda recidiva. Está igualmente indicado para pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) recidivado ou refratário, após terem sido executadas duas ou mais linhas de terapia sistêmica.
“Poucos hospitais no país foram certificados em qualidade para atender tais pacientes. As neoplasias da criança e do adolescente são doenças raras e, para se conseguir avanço no diagnóstico preciso e no tratamento, as instituições necessitam trabalhar em conjunto. Assim, atuamos em cooperação com várias instituições do Brasil e do mundo, seguindo protocolos que permitem o avanço nessa área. Em especial, participamos de protocolos de pesquisa clínica, que permite oferecer para determinados pacientes medicações que ainda não estão disponibilizadas para esta faixa etária, mas que já se mostraram efetivas nos adultos”, conta a diretora-geral.
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