Impacto da pandemia e mercado imobiliário: mudanças e tendências para 2021

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Gabriel Falavina – Altma Incorporadora

Os empreendimentos com espaços compartilhados que substituem os ambientes convencionais de trabalho e prática de exercícios (academias profissionais) saem valorizados da pandemia. (Foto: Divulgação/Altma Incorporadora)

O primeiro mês de 2021 já está chegando ao fim. E os olhares, em diferentes setores da economia, agora deixam de contemplar o passado e analisar balanços do ano anterior – marcado intensamente pela pandemia -, para se voltar ao que vem pela frente. Sabemos que as mudanças de comportamento impostas pelo isolamento social impactaram o mercado imobiliário, mas isso não aconteceu apenas do ponto de vista de altos e baixos nas vendas. É que a covid-19 gerou mudanças estruturais no estilo de vida das pessoas e na maneira de perceber a moradia. E isso interferiu no futuro dos empreendimentos.

Na coluna anterior, tratei da questão dos imóveis de investimento e do crescimento da busca pela rentabilidade perdida com a política dos juros reduzidos aos menores patamares já vistos no país. E, neste artigo, retomo o assunto, porque esse fator teve um peso ainda maior no mercado imobiliário, considerando todo o ano de 2020. 

É certo que as inúmeras atividades econômicas foram afetadas negativamente pela pandemia e a recessão. Mas o setor de imóveis começou o ano de 2021 com cenário mais favorável do que o do ano passado, impulsionado por resultados positivos do terceiro trimestre de 2020. Mas por quê? São vários os motivos, mas, sem dúvida alguma, o principal deles é a taxa Selic baixíssima, tornando as opções de investimentos em renda fixa  pouco rentáveis e os financiamentos mais facilitados, com menos juros e parcelas menores, o que resulta em maior a capacidade de compra com a mesma renda. Não à toa, as operações de financiamento contratadas com recursos da caderneta de poupança somaram R$106 bilhões em 2020, um volume 52% maior do que no mesmo período de 2019. Foi o melhor resultado desde 2014. 

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A crise do coronavírus gerou desemprego, falências e endividamento. Mas não para todos. E quem conseguiu manter a renda em 2020, acabou poupando mais. Sem gastos com viagens, restaurantes, espetáculos e tantas outras atividades que ficaram inviáveis com a pandemia, muitas famílias guardaram recursos e comprar um imóvel voltou a fazer todo o sentido. Mas isso não aconteceu apenas por conta da questão dos juros ou da redução de gastos. Em 2020, as famílias experimentaram algo novo: a permanência por mais tempo dentro de casa. O home office e os modelos híbridos de trabalho e estudo – que continuam em 2021 – fizeram surgir novas demandas por espaço e infraestrutura para o exercício das atividades profissionais em casa, com conforto e condições favoráveis à produtividade. E isso gerou a necessidade, para muita gente, de buscar um imóvel melhor. 

Podemos dizer que morar bem voltou a ser uma prioridade com a pandemia, não importando se em um imóvel alugado ou próprio. Esse “upgrade” não necessariamente significa a busca por apartamentos ou casas mais amplas. A procura é por opções que permitam a convivência da família em harmonia, considerando as agendas individuais. Imóveis com plantas inteligentes, que fazem um melhor aproveitamento do espaço; empreendimentos bem localizados, que facilitam o acesso aos serviços; e condomínios que oferecem áreas comuns que complementam os espaços privativos para os compromissos de trabalho são alguns exemplos de pontos que passaram a ser valorizados. 

Soluções convenientes em tempos de reclusão, como mini mercados e centrais de delivery dentro dos condomínios, são diferenciais importantes mesmo na pós-pandemia. (Foto: Divulgação/Altma Incorporadora)

A conclusão é que a questão do home office fez com que as pessoas passassem a olhar para a casa como um ambiente misto, que precisa estar adequadamente dividido para garantir a qualidade de vida de todos. Soluções de conveniência e comodidade ganharam ainda mais força: empreendimentos com central de delivery, minimercados dentro dos condomínios, lavanderia coletiva, áreas abertas – que proporcionam contato com a natureza – além de boas academias, com equipamentos profissionais, valorizaram. Projetos que incluem diferenciais como salas de reunião, coworking e estações de trabalho, com privacidade e acesso à Internet wi-fi, se mostraram bem mais importantes do que pareciam ser antes da pandemia. 

Em resumo, o mercado imobiliário começou 2021 aquecido e as mudanças comportamentais ocasionadas pela covid-19 devem influenciar as escolhas de diferentes públicos na questão da moradia, não apenas neste, mas nos anos seguintes. Na próxima coluna, vou abordar a questão da influência das gerações com mais afinidade com a tecnologia no jeito de morar. Até lá! 

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