Indicadores positivos na pandemia em Curitiba aliviam SUS; Hospital Vitória é desativado

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Da Redação

Indicadores positivos da pandemia permitiram desativação do Hospital Vitória. (Foto: Lucília Guimarães/SMCS)

O Hospital Vitória, que havia sido reaberto em caráter emergencial no dia 5 de junho de 2020, encerrou nesta terça-feira (28) seu ciclo na pandemia, com 3.138 pacientes recuperados da Covid-19. A ala clínica vai passar por reforma antes de ser devolvida ao UnitedHealth Group Brasil, dono da operadora Amil, que cedera o prédio à Prefeitura de Curitiba em regime de comodato no ano passado.

A desativação é resultado da melhora nos indicadores da pandemia de Covid-19, com queda consistente do número de casos e baixa ocupação de leitos em Curitiba. Em quase 16 meses de funcionamento, o Hospital Vitória atendeu a 4.119 pacientes de Curitiba, da região metropolitana e de outros estados, como Rondônia e Mato Grosso, a quem o município foi solidário.

O hospital foi administrado pela Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas), vinculada à Secretaria Municipal da Saúde. No auge do enfrentamento à pandemia, a unidade contou com 122 leitos, 64 deles de UTI. Mais de 550 profissionais trabalharam no local.

Inovação

Aberto para atendimento exclusivo a pacientes com coronavírus, o Hospital Vitória implantou duas auditorias, de beira-leito e de prescrição, feitas por meio de aplicativo e com transmissão de dados em tempo real. A auditoria à beira-leito era realizada desde fevereiro, diariamente, para verificar se procedimentos foram feitos e, nesse caso, da forma correta. Também checava a segurança de equipamentos usados no cuidado do paciente, como grade da cama travada ou monitores bem posicionados.

Foram realizadas mais de 6 mil auditorias à beira-leito desde o início do atendimento. O monitoramento dos cuidados permitia um diagnóstico dos pontos mais frágeis dos cuidados, importante para intervenções rápidas. Identificar uma eventual falha no cuidado ou em um equipamento e buscar a solução com rapidez diminui o risco de agravamento do quadro do paciente. A equipe podia intervir imediatamente e não apenas quando ocorria um evento adverso ou uma infecção, por exemplo.

A tecnologia também ajudou a rever processos graças ao processamento instantâneo dos dados e a geração de gráficos e relatórios. Quando um procedimento recebia a classificação de “não conformidade” mais de uma vez, os gestores avaliavam se era necessário realizar treinamento ou reavaliar a metodologia.

Prescrição

A auditoria de prescrição era feita semanalmente em pacientes aleatórios, via sistema, cruzando dados da prescrição dos medicamentos com as anotações no prontuário. Isso garantia que o medicamento fosse dado e que a administração dele fosse registrada em prontuário do paciente.

Também realizada desde fevereiro, a auditoria de prescrição avaliou o prontuário de mais de 1,5 mil pacientes, reduzindo as inconformidades para 21,2% no primeiro mês e abaixo dos 15% nos meses seguintes. A coleta desses dados de auditoria era realizada pelos enfermeiros hospitalistas por meio de um celular usado exclusivamente para este fim.

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Videochamadas

O celular também aproximou pacientes dos familiares. Por se tratar de uma doença muito transmissível, a presença de acompanhantes durante o internamento não é permitida e as visitas acontecem em casos que a equipe do hospital considera necessárias. Neste contexto, as videochamadas puderam levar a imagem e a voz do paciente aos familiares, amenizando a saudade. Entre janeiro e julho de 2021, foram mais de 3 mil ligações por vídeo.

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