Do que adianta fazer um belo trabalho e não mostrar para mais pessoas, fora o cliente?
Ivan Wodzinsky
Já senti vergonha de mostrar meus trabalhos, acreditem! Timidez mesmo. E havia aquele tempo em que as finanças não cobriam esse tipo de investimento. Tempos passados. Mas aprendi que investir em mídia era importante, e continua sendo.
Quando decidi investir comecei alto. Fiz meu primeiro anuário da Casa Vogue, no ano de 2001. Causou furor aqui em Curitiba, principalmente entre outros profissionais, os quais também aderiram à ideia. Daí fiz outro, e outro. Enfim participei de meia dúzia de anuários.
Paralelamente participei de livros especializados e outras revistas. Inclusive algumas delas me convidaram para participar como cortesia, isso porque meus trabalhos já chamavam muita a atenção da mídia. Lembrando que tempos atrás não havia as mídias sociais. Aprendi que ver meus trabalhos em veículos de comunicação era bom e importante. O público conhecia meu trabalho aqui e além das fronteiras. Já tive trabalhos publicados em revistas francesas e portuguesas.
Além desses veículos de comunicação, depois de muita insistência – mais dos outros do que minha -, comecei a participar de mostras de decoração. Refiro-me principalmente ao evento Casa Cor, no qual trilhei um caminho maravilhoso. E, diga-se de passagem, da primeira Casa Cor ninguém esquece.
Ambientes na Casa Cor 2008 (Foto: Divulgação/Ivan Wodzinsky)
Sou um veterano da Casa Cor Paraná, uma das mais inspiradas iniciativas para dar lugar e visibilidade ao nosso trabalho no campo de arquitetura de interiores e decoração. Na edição Paraná, participei de quase todas e fiz diversos ambientes, alguns deles premiados.
Na Casa Cor o público é meu cliente e eu sou o cliente de mim mesmo. Fazer evento de decoração é uma coisa, fazer a casa de um cliente é outra. Sendo assim, posso dar asas à imaginação, mostrar do que sou capaz, sem restrições. É como um desfile de alta costura: muito do que a gente vê nas passarelas não é para as pessoas comuns, de carne e osso, que trabalham, que frequentam o comércio, usam o transporte público, cuidam dos filhos, etc. Os grandes profissionais da moda aproveitam esse momento para mostrar seu talento, sua genialidade e lançar tendências que depois serão adaptadas para a moda cotidiana.
É dessa maneira que encaro a Casa Cor. Procuro ousar sempre, mostrar irreverência, fugir das ideias consagradas e lançar novidades que poderão, ou não, serem adaptadas mais tarde. Fiz muito proveito dessas participações e tive bons frutos. Devo muito ao evento Casa Cor Paraná e aproveito para agradecer de coração toda a atenção que recebi da diretora/proprietária dessa franquia, Marina Nessi, e toda sua equipe.
Outra mostra importante na minha vida profissional é a da Artefacto, uma grife de mobiliário e design consagradíssima. Grande Artefacto. Outra pegada! Outra estrada. Esta mostra traz a necessidade de outra postura e conduta. Primeiro porque você é convidado a participar, atendendo a certos quesitos. Neste caso o crivo é mais austero. Muitos profissionais querem participar e não conseguem.
Primeiro grande ambiente de Ivan Wodzinsky na Mostra Artefacto Curitiba de 2008 (Foto: Divulgação/Ivan Wodzinsky)
Mas o meu ritmo profissional sempre abriu portas e oportunidades para criar uma parceria forte com a grife. Participei de quase todas as mostras de Curitiba, lembrando que o tempo de permanência é de 10 meses, possibilitando uma visualização bem maior para o público. Sou consciente que fiz bons trabalhos na Mostra Artefacto Curitiba tanto que, em função dos excelentes resultados, fui convidado a participar da Mostra Artefacto D&D, em São Paulo, e da Mostra Beach&Country (diga-se Artefacto), também em São Paulo.
Trabalho bem feito, mídia bem conduzida é uma porta que abre outra. Sei que sou um profissional de destaque, visto como referência nesta mostra. E sou extremamente grato à diretoria e toda a equipe geral da empresa Artefacto. Sei que sou um profissional privilegiado.
Participei paralelamente de outras mostras em outras cidades, fora do estado do Paraná. Fiz muitas vitrines. Participei de férias, assinando espaços para determinadas empresas. Já fiz cenários e, tudo isso, todo esse empenho (haja fôlego) gera mídias, pelas quais eu transmito minhas ideias e minha forma de trabalho. Sem falar que fazer mostras nos ensina muito no campo do trabalho, a conhecer o público e, sobretudo, a trabalhar com os veículos de comunicação. Detalhe: já participei próximo de cinquenta mostras, é bastante coisa. Obrigado meu Deus.
Ambiente na Mostra Artefacto Curitiba de 2008 (Foto: Divulgação/Ivan Wodzinsky)
Fora as participações em revistas e livros, por inúmeras vezes, e muitas matérias em jornais. Tenho orgulho em dizer que sou unha e carne com a Gazeta do Povo (jornal centenário aqui de Curitiba, hoje digital). Essa parceria é de longa data. E assim como muitas outras revistas, como a Casa Sul que sempre me tratou com muito carinho. Obrigado, obrigado, obrigado. Quero frisar que como elo entre esses veículos citados acima, fiz uso das empresas de assessoria de imprensa. O que eu faria sem eles?
Era digital
Mas agora vivemos essa era digital. Já tive muita resistência às mídias sociais. Mas atualmente, além da participação nas mostras de decoração e mídia impressa, faço uso frequente do Instagram. Essa ferramenta talvez seja hoje a mais fundamental. A comunicação é muito rápida e super acessível. Modéstia à parte, o escritório Ivan Wodzinsky tem um portfólio de imagens e fotografias imenso. Temos que tirar proveito disso.
As redes sociais no campo digital são imensamente amplas. Apesar de me sentir novato e um tanto inexperiente, uso o máximo possível, da maneira que eu conheço, para postar imagens e fotos dos meus trabalhos no Instagram (e Stories). Apanho um pouco na logística, mas sou esforçado e procuro aprender nesse campo digital maravilhoso. Quando sinto muita dificuldade, eu apelo para um dos meus sobrinhos pequenos.
Eu tenho uma página principal – @ivanwodzinsky – extremamente profissional, só com postagens que dizem respeito aos trabalhos do escritório Ivan Wodzinsky, atualmente com 34 mil seguidores. E uma segunda página – @ivan.wodzinsky – onde publico coisas que eu gosto, experiências de viagens, referências para as pessoas conhecerem o meu gosto.
Sou tímido, mas eu gosto de falar e dar minha opinião. Gosto de dar meus pareceres porque, afinal de contas, tenho muita experiência de trabalho. Aprendi desde cedo que se você for falar de alguma coisa, fale com conhecimento de causa. Gosto de aprender, mas sei que posso ensinar alguma coisa. Sendo assim, estou atualmente dando um passo mais largo, que é este de escrever uma coluna de Arquitetura e Interiores para o Portal Reinaldo Bessa. Quanta honra meu Deus. Sou imensamente grato.
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