Junho Roxo: médica nutróloga lidera programa pioneiro no Brasil de conscientização sobre o Lipedema

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Um evento na Assembleia Legislativa do Paraná marcou a criação do Projeto de Lei 266/2024, que teve proposta apresentada pelas deputadas Cantora Mara Lima (Rep), Maria Victoria (PP) e Márcia Huçulak (PSD) e pelo deputado Tercílio Turini (MDB). (Foto: Divulgação).

O Paraná será o primeiro estado do Brasil a instituir um mês especial dedicado ao Lipedema, doença crônica que afeta 12,3% das mulheres do país. Nesta segunda-feira (10), uma cerimônia na Assembleia Legislativa do estado marcou a criação oficial do Junho Roxo, mês de conscientização e prevenção do Lipedema.

O Projeto de Lei 266/2024, que instituiu a data, teve proposta apresentada pelas deputadas Cantora Mara Lima (Rep), Maria Victoria (PP) e Márcia Huçulak (PSD) e pelo deputado Tercílio Turini (MDB). O projeto foi redigido com a ajuda da médica nutróloga Debora Froehner, que há 10 anos trata pacientes com Lipedema.

“Visando levar meu conhecimento além da Clínica NutroCare, tomei a iniciativa de solicitar apoio do governo do Paraná em uma ação em prol de todas as mulheres com essa doença, ainda negligenciada, com o objetivo de conscientizar a sociedade, incentivar o diagnóstico precoce, políticas públicas e pesquisas. E assim, rompendo as paredes do consultório, poder abraçar todo o estado”, explicou a médica.

A inflamação na gordura gera sintomas como dor, desconforto, cansaço, hematomas frequentes, inchaço e dor nas pernas, além de aumento de peso que não responde bem a tratamentos estéticos, exercícios físicos ou estratégias de emagrecimento. Casos mais graves podem dificultar o caminhar e atrofiar músculos. A enfermidade costuma piorar depois dos 40 anos devido às oscilações hormonais e não melhora após a menopausa. A doença é conhecida há mais de 80 anos, mas era vista como uma questão estética, decorrente de outras enfermidades. Apenas em 2022 ela entrou para o rol de enfermidades da Classificação Internacional de Doenças (CID). “Até então, o Lipedema era considerado uma consequência de obesidade ou de um problema circulatório. Mas, hoje, já sabemos que é uma doença independente”, acrescentou Debora.

O Lipedema não tem cura, mas apresenta uma grande melhora dos sintomas com o tratamento adequado. “As pacientes sentem vergonha, frustração e culpa. Muito além do que se vê, o que mais importa no problema é o que não se vê, o que está por trás das pernas grossas, como aumento do risco de outras doenças, dores e inchaço. São inúmeros sintomas que impactam na qualidade de vida”, destacou a médica.

Para a médica, a inclusão do Lipedema no calendário oficial de eventos do estado é um marco para a saúde feminina paranaense. O próximo passo é conseguir, por meio da rede pública de saúde, levantar dados para mapear a prevalência da enfermidade, ajudando a criar diretrizes para o diagnóstico e tratamento.

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