Minas Gerais entra na rota dos bons vinhos nacionais e chama a atenção pelo método da poda invertida das uvas; leia na coluna de Raphael Zanette

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Da Redação

Minas Gerais entra na rota dos bons vinhos nacionais e chama a atenção pelo método da poda invertida das uvas; leia na coluna de Raphael Zanette

Quando comecei no mercado de vinhos, 20 anos atrás, se alguém me falasse que um dia eu iria visitar uma vinícola no interior de Minas Gerais e que ainda iria gostar dos vinhos eu certamente sugeriria que o interlocutor visitasse um psiquiatra com urgência.

Pois então, isso aconteceu.

Dias atrás, peguei um voo até Campinas, de lá aluguei um carro e dirigi por duas horas até chegar à cidade de Andrada, ao sul de Minas. Dali mais uns três quilômetros e estava na Casa Geraldo, uma vinícola fundada por imigrantes italianos há mais de 50 anos.

Durante décadas, a família produziu vinhos de mesa, os famosos vinhos de garrafão, e ainda produz mais de 1 milhão de litros de vinhos suaves de uma linha chamada Campino. Atualmente quase 100% das uvas para essa linha são do Rio Grande do Sul e seguem para Andrada de caminhão.

Na belíssima propriedade, aos pés da Serra da Mantiqueira, com aproximadamente 40 hectares plantados, hoje todos os vinhedos foram convertidos em uvas vitis viníferas, ou seja, as uvas que conhecemos e que fazem vinhos finos.

Minas Gerais entra na rota dos bons vinhos nacionais e chama a atenção pelo método da poda invertida das uvas; leia na coluna de Raphael Zanette

A grande transformação do vinho da região Sudeste e Centro-Oeste do Brasil veio cerca de 10 anos atrás com a implantação da dupla poda ou poda invertida. Sem querer abusar da enochatice, vou explicar rapidamente essa técnica, que tem trazido gente do mundo inteiro para conhecer, entender e aprender.

Normalmente, tanto no Hemisfério Sul quanto no Hemisfério Norte, a uva é colhida no verão. A técnica da dupla poda desenvolvida por pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) ajudou a modificar o ciclo da videira, permitindo que, em vez de no verão, período de muita chuva, as uvas sejam colhidas no inverno, período mais seco e com grande amplitude térmica (diferença das temperaturas do dia e da noite), algo fundamental para a sanidade das uvas e qualidade.

Fiquei realmente impressionado com os vinhos, pelas dificuldades do processo e pela escala ainda muito pequena de produção. Os bons exemplares de toda a região não são baratos, mas sem dúvida alguma eles são muito interessantes na taça.

Se quiser provar vinhos do Sudeste, já são vários produtores que valem a pena, atente para as uvas Syrah, especialmente, e Cabernet Franc, que foram as variedades que realmente me encantaram nessa visita.

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