Da Redação
Uma das moradoras mais queridas do Zoológico de Curitiba, a girafa Pandinha, morreu nesta segunda-feira (10) pela manhã. A causa da morte foi uma poliartrite (inflamação nas articulações), em decorrência da idade avançada. Com quase 33 anos de vida, que seriam completados em maio, Pandinha era a girafa mais velha do Brasil e a quarta mais velha do mundo. Nascida no Zoo de Curitiba, em 1989, era filha de Pacheco e Mandinha (de onde surgiu seu nome) e um dos animais preferidos dos visitantes, em especial das crianças.
“É muito difícil dizer adeus a um animal que tivemos a honra de tomar conta por tanto tempo. Poder estar próximo de uma girafa mansa como a Pandinha foi uma experiência especial e preciosa, ela fará muita falta”, disse o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Edson Evaristo.
Na semana passada a girafa foi submetida a exames de imagem detalhados que confirmaram a inflamação em múltiplas articulações, sem perspectiva de cura. Com muita dor, dificuldade de andar e perda de apetite, ela vinha recebendo tratamentos que permitiam alguma qualidade de vida. “Mas houve uma piora aguda do quadro nos últimos dias, ela passou a apresentar crepitação (estalos), muita dor e dificuldades de se locomover, além de perda de peso acentuada”, explicou Evaristo.
A popularidade do animal, principalmente junto às crianças, fez com que ela sempre estivesse presente nas atividades de educação ambiental e interagisse com o público, sendo bastante solicitada para fotos. “Cuidar de animais é sempre um desafio. Podemos acompanhar e celebrar os nascimentos e a vida desde o início, mas também temos que lidar com o ciclo da vida e dizer tchau aos nossos amigos idosos quando chega a hora. Fazemos tudo o que podemos para lhes dar o melhor atendimento e companhia enquanto estão sob nossos cuidados, e isso nos traz conforto, mas mesmo assim nunca é fácil quando eles vão embora”, lamentou o diretor do Zoo.
Na natureza, uma girafa vive cerca de 15 anos. As girafas mais velhas que Pandinha, no mundo, ficam em Colombo (Sri Lanka) e em Fort Wayne e Tucson (Estados Unidos). Os dados são do studbook internacional da espécie, um livro de registro que contém informações genealógicas sobre os animais. A explicação para a longevidade de Pandinha, de acordo com a gerente-técnica do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, Vivien Midori Morikawa, estava no tratamento constante e multidisciplinar que ela recebia da equipe.
“Todos os animais do Zoo dispõem de abrigo, recebem alimentação de qualidade e balanceada, passam por cuidados médicos regulares, sejam eles preventivos ou tratamentos de saúde, e estão livres de predadores. Além disso, há maior enfoque na criação de habitats e ambientes sociais e interativos para que sejam mais felizes e menos estressados”, explicou Vivien.
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