Morre Rita Lee, uma das maiores artistas da história da música brasileira

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Rita Lee fundou o influente grupo Os Mutantes e lançou discos de muito sucesso nas décadas de 1970 e 1980, com inúmeros hits que ficarão para sempre na memória. (Foto: Paulo Rocha)

Morreu na manhã desta terça-feira (9), aos 75 anos, a cantora e compositora Rita Lee, um dos maiores nome da história da música brasileira. A artista recebeu diagnóstico de câncer no pulmão em 2021 e desde então tratava a doença. O velório de Rita Lee será realizado nesta quarta-feira (10), das 10 às 17 horas, em São Paulo, no Planetário do Parque Ibirapuera, sendo aberto ao público.

Nascida em São Paulo, em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee Jones teve como primeira grande experiência na música o grupo Os Mutantes, formado ao lados dos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, em meados dos anos 1960. A banda lançou seis discos seminais e também integrou o movimento Tropicalista capitaneado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, no disco “Tropicália ou Panis et Circencis” (1968). Os Mutantes segue até hoje sendo um dos mais reconhecidos e influentes grupos brasileiros na música nacional e internacional.

Rita Lee saiu d’Os Mutantes no início dos anos 1970 e seguiu carreira inicialmente com o grupo Tutti Frutti, com os quais gravou quatro importantes e elogiados discos, incluindo “Fruto Proibido” (1975), dos sucessos “Agora Só Falta Você” e “Ovelha Negra”.

Nos final dos anos 1970 e início dos 1980, iniciou a parceria com o marido Roberto de Carvalho, que resultou em álbuns de grande sucesso e diversos hits: “Mania de Você”, “Lança Perfume”, “Baila Comigo”, “Banho de Espuma”, “Desculpe o Auê”, “Flagra”, “Doce Vampiro”. Rita Lee seguiu lançando discos e realizando shows até 2012, quando anunciou sua aposentadoria dos palcos.

A artista também enveredou pela literatura, lançando alguns livros infantis no final dos anos 1980 e início dos 1990, e duas autobiografias – “Rita Lee: Uma Autobiografia (2016)” e “Rita Lee: Outra Autobiografia” (2023) –, além de um livro de fotos, “FavoRita” (2018). Ainda fez diversas participações em novelas e filmes, e teve destaque como uma das debatedoras do programa “Saia Justa”, do canal pago GNT, entre 2002 e 2004.

Curitiba

Rita Lee fez diversos shows em Curitiba, principalmente no Guairão, principal palco da capital paranense. Em 2009, em uma apresentação no teatro, ela brincou sobre “ser normal em Curitiba”, como relatado na coluna de Reinaldo Bessa, no jornal Gazeta do Povo:

“No show que fez sábado no Guairão, a cantora Rita Lee contou ao público que volta à cidade na próxima sexta-feira para ser madrinha do casamento da médica curitibana Maria Angélica Muricy, junto com Roberto de Carvalho. E disse: ‘Eu quero ser normal em Curitiba. Será que eu posso ir de calça? Eu, como sou mão de vaca, não posso comprar um vestido. Então vou poder ir de calça e chapéu’. Sobre a cor de seu cabelo, castanho, brincou: ‘E essa cor de cabelo? Erraram na tinta, estou morena. Será que vai dar tempo de pintar e deixar meu cabelo vermelho até o dia de ser madrinha?’. Todas as referências ao casamento foram feitas em ritmo de rap.”

A capital paranaense também é citada no sucesso “Miss Brasil 2000”, do disco Babilônia (1978): “Nasceu no litoral, de Porto Alegre a Natal/Trabalha em São Paulo, tira férias no Rio/Verão em Salvador e Curitiba no frio/Miss Brasil 2000!”.

Profecia

Em sua primeira autobiografia, com seu tom sempre irreverente e contestador, Rita Lee falou sobre sua morte:

“Quando morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída. Fãs, esses sinceros, empunharão meus discos e entoarão ‘Ovelha Negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes virtuais, alguns dirão: ‘Ué, pensei que a veia já tivesse morrido, kkk’. Nenhum político se atreverá a comparecer a meu velório, uma vez que nunca compareci ao velório de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: ‘Thank you Lord, finally sedated’.

Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.”

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