Museu do Holocausto de Curitiba lança exposição sobre os 90 anos da ascensão do nazismo

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Da Redação

Museu do Holocausto lança exposição sobre os 90 anos da ascensão do nazismo
“Comício pela República”. Berlim, 1922. (Foto: Ullstein Bild/TopFoto)

Em sua nova exposição virtual “O caminho para o Holocausto: 90 anos da ascensão do nazismo”, o Museu do Holocausto de Curitiba apresenta peças do acervo para contar histórias, pequenos fragmentos do processo que possibilitou a chegada do nazismo ao poder e que, consequentemente, resultou no Holocausto.

A história

            Em 30 de janeiro de 1933, Adolf Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha. Era o início do regime nazista. O Holocausto, no entanto, não foi obra somente de lideranças políticas extremistas, mas também de cidadãos comuns: pessoas que colaboraram ou consentiram com as atrocidades e, ainda antes de 1933, votaram no partido nazista. Afinal, Hitler obteve sua nomeação para chanceler dentro da legalidade, contando com apoio de amplos setores da população e das elites políticas. Esta, portanto, não é uma exposição sobre o Holocausto, mas sobre suas condições de possibilidade.

A exposição

            Seguindo a metodologia utilizada nas exposições, materiais e atividades do Museu do Holocausto de Curitiba, pretende-se reduzir a escala de observação para então ampliá-la. “Além de explorar o potencial do nosso acervo, que é gigante, essa exposição consolida a visão de que o Holocausto faz parte de um processo histórico gradual que não se iniciou com os campos de concentração e extermínio. Ao relacionar a ascensão do nazismo ao Holocausto, percebemos como só foi possível haver Auschwitz em 1943 porque antes houve Berlim 1933”, afirma Carlos Reiss, coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba.

Museu do Holocausto lança exposição sobre os 90 anos da ascensão do nazismo
Produção da exposição “O Caminho para o Holocausto: 90 anos da ascensão do nazismo”. (Foto: Museu do Holocausto de Curitiba)

            Como a própria exposição demonstra, não se trata de um passado exclusivamente europeu, seja porque os cenários envolveram outras nações, seja porque sobreviventes chegaram ao Brasil – e, com eles, trouxeram grande parte do acervo que constitui essa exposição. Mas, para além disso, enquanto o nazismo como regime político foi finalmente derrotado em 1945, muitos dos fenômenos que, combinados, o possibilitaram permanecem circulando socialmente. “Essa exposição aponta para o fato dos crimes nazistas serem resultado de processos sociais e políticos muito anteriores. Pretendemos estimular uma memória do Holocausto que não só lembre das atrocidades ocorridas, mas também se mantenha alerta às permanências e continuidades desses aspectos sociais e políticos na atualidade”, reforça Michel Ehrlich, coordenador de História da instituição.

            A mostra pretende alargar a compreensão histórica, apresentar potencialidades do acervo do museu e servir de alerta. Os fascismos foram e são fruto de ideias e práticas humanas social e historicamente construídas. Eles não eram e não são inevitáveis. Compreender sua historicidade fornece ferramentas para o presente e o futuro.

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