Novas modalidades para o uso do Pix podem diminuir o uso de cartões de crédito

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A coordenadora do Comitê de Finanças do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), Simone Tramujas, explica quais poderiam ser os impactos e desafios da nova modalidade. (Foto: Divulgação).

Em evento virtual promovido pela Universidade de Princeton, no início do mês, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que, se conseguirem bloquear pagamentos reversos na plataforma, é possível imitar a função dos cartões de crédito por meio do Pix, só que com custos mais baixos. A novidade poderia se tornar uma alternativa mais viável para a população. Lançado em 2020 pelo Banco Central, o Pix revolucionou as transações financeiras no país, superando os meios tradicionais, como DOC, TED e cartões ao  oferecer agilidade, segurança e redução de custos. A modalidade Pix também impactou as operações financeiras em empresas e todo o mercado financeiro nacional. Segundo dados do Banco Central, até setembro deste ano foram registradas quase 800 milhões de chaves Pix. Segundo um levantamento da Federação Brasileira de Bancos, o uso do Pix disparou 74% em 2023 e chegou a quase 42 bilhões de pagamentos em toda a economia brasileira, superando em número de transações as cobranças combinadas com cartões de crédito e débito.

As novas funcionalidades estão sendo desenvolvidas para operar na função Pix, como por aproximação e também uma possível função de crédito a custos menores que as opções atuais, conforme anunciado pelo presidente do Banco Central, Campos Neto.  A especialista em Controladoria, Finanças e Auditoria, Simone Tramujas Andraus Pereira, que é coordenadora do Comitê de Finanças do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná, responde às principais perguntas sobre as novas funcionalidades do Pix.

De forma geral, como você avalia essa possível funcionalidade do Pix?

Simone: Com a mudança da função crédito do Pix haverá grandes mudanças. Enquanto, poderá trazer redução de custos, rapidez de liquidez, facilidade de uso, agilidade, por outro lado também traz desafios que precisam ser muito bem mapeados.

Qual seria o principal resultado com essa possível nova função do Pix em transações de crédito?

Simone: Teremos uma redução de custos com economia em taxas de transação, já que o Pix é conhecido por suas tarifas mais baixas em comparação com os cartões de crédito.

Quais seriam os pontos positivos?

Simone: Seria mais velocidade das transações do Pix, visto que as empresas podem ter um fluxo de caixa mais rápido, melhorando sua liquidez. Pode haver também um ambiente mais competitivo, Instituições financeiras podem se sentir pressionadas a oferecer melhores condições aos seus clientes, podendo beneficiar os consumidores com melhores condições ao Crédito.

Haveriam também impactos negativos?

Simone: A função crédito do Pix pode levar a uma diminuição na relevância dos bancos tradicionais, que dependem de taxas de cartões de crédito para gerar receita. As chances de inadimplência podem aumentar se não houver meios de controle e avaliação, sendo necessário um sistema robusto de avaliação de crédito.

Quais serão os desafios para as instituições financeiras?

Simone: As instituições financeiras terão que investir em tecnologia para integrar e oferecer novos serviços relacionados ao crédito do Pix, o que pode representar um custo inicial alto. A nova função pode atrair a atenção de reguladores, que poderão implementar novas regras, o que poderia aumentar a complexidade operacional.

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