No último mês de maio estive visitando novamente a Rioja, depois de muitos anos. A Rioja é a mais famosa das regiões vitivinícolas espanholas. Embora existam registros de produção de antes dos romanos, sua consolidação e fama mundial vieram a partir de 1860, quando uma praga devastou os vinhedos da vizinha França. Os comerciantes de vinhos de Bordeaux passaram a viajar em busca de um local para produzir vinhos para exportação e consumo dos franceses e ali encontraram o Marques de Riscal e o Marques de Murrieta, que haviam estudado em Bordeaux e já tentavam implantar por ali o que lá aprenderam. A belíssima Logroño, capital da província, que já tinha alguma tradição na produção de vinhos e tem uma geografia privilegiada, com proteção da imponente Sierra Cantabria, virou o epicentro de uma revolução.
Os franceses transformaram os métodos de produção, introduziram a utilização das barricas de madeira e tornaram os vinhos da Rioja mundialmente famosos, que viveram seu auge pelos 40 anos seguintes. No século XX a Espanha sofreu muito com a própria filoxera, que havia chegado anos antes à França, e também com várias guerras e revoluções. Somente no fim dos anos 1970 que a indústria vitivinícola espanhola começou a se recuperar. Atualmente são mais de 600 vinicolas.
A uva protagonista da região é a Tempranillo, na maior parte das vezes escoltada pelas deliciosas coadjuvantes Garnacha, Graciano e Mazuelo. Quase 90% da produção são tintos, mas a cada dia mais se encontram belos brancos feitos com as uvas Viura e Malvasia – atenção para os vinhos Tondonia e de Abel Mendoza!
Existem regras rígidas na região para produção, envelhecimento e utilização das expressões nos rótulos. Isso fez dos vinhos da Rioja únicos no mundo. Alguns produtores valem a pena ser provados: Lan, Muga, La Rioja Alta, Roda, Tondonia, Exopto, Baigorri, Artadi, entre muitos outros. Na próxima coluna falaremos sobre enoturismo na região e gastronomia.
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