Da Redação
O Instituto Água e Terra (IAT) encaminhou ao Zoológico de Curitiba, nesta quinta-feira (14), uma filhote de onça-parda. Ela foi submetida a um tratamento com células-tronco no Centro de Atendimento à Fauna Silvestre (Cafs), no Hospital Universitário Veterinário da UniFil, em Londrina. A onça-parda ficou em observação durante quatro meses.
De acordo com a chefe do Setor de Fauna do IAT, bióloga Paula Vidolin, a preferência é que os animais silvestres resgatados retornem à natureza, mas essa onça, em especial, precisa de cuidados maiores.“A onça passou um tratamento inovador com células-tronco, apresenta uma grande melhora, mas ainda tem sintomas físicos como sequelas, e por isso a soltura dela na natureza não é indicada”, afirmou.
O animal foi encontrado às margens da PR-151, próximo ao município de Ribeirão Claro, no Norte Pioneiro, e encaminhado aos veterinários pela equipe do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb). A suspeita é que a onça tenha sido atropelada.
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No Zoológico da capital ela receberá o acompanhamento que precisa para melhorar. “A filhote ficará de quarentena em um recinto para se adaptar à alimentação e mostrar seu comportamento. Vamos fazer também alguns exames para que ela possa ir ao espaço de visitação pública quando estiver apta”, disse a chefe do Zoológico de Curitiba, Ana Silvia Passerino.
O deslocamento da pequena felina, que viajou cerca de 400 quilômetros de Londrina a Curitiba, também exigiu cuidados. Ela foi transportada em uma caixa especial, com forração e proteção contra ruídos.
Tratamento inovador
Quando chegou, a onça aparenteva estar com quatro meses de vida e bastante debilitada, com sinais neurológicos afetados. “Após o tratamento, apresentou melhoras, mas ainda mostra uma incoordenação motora, tremores de cabeça e pequenos sinais de origem neurológica”, explica a veterinária coordenadora do Hospital Veterinário da UniFil, Mariana Cosenza.
De acordo com ela, uma tomografia indicou a necessidade de tratamento com células-tronco, vindas de um laboratório de São Paulo, cultivadas no Centro de Tecnologia Celular Animal (Medmep). Hoje, ela se alimenta e anda sozinha, mas não possui condições de retorno à natureza, por não conseguir caçar. “Devido à suspeita de atropelamento, o primeiro diagnóstico foi de traumatismo craniano, mas as sequelas apresentadas também podem ter sido ocasionadas por doenças infecciosas. Diante disso, o animal foi submetido a diversos exames, que apontaram resultados negativos”, conta Mariana.
O tratamento com células-tronco teve o objetivo de melhorar os sinais clínicos que ela apresentava, como falta de coordenação motora e tremores de cabeça. Foram aplicadas 10 milhões de células-tronco (0,4ml) por injeção peridural, com o animal sob anestesia geral e monitoramento anestésico. O procedimento foi rápido, em torno de meia hora e o resultado bastante postiivo.
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