Um ônibus movido 100% a Gás Natural Veicular (GNV) rodará as ruas de Curitiba e Região Metropolitana em fase de teste de 30 dias, a partir desta quarta-feira (1º/3). A iniciativa do Governo do Estado faz parte do projeto de mobilidade urbana a partir do uso do gás natural, realizado pela Compagas (Companhia Paranaense de Gás) em conjunto com a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep) e a fabricante Scania.
O veículo faz parte da frota da Viação São José e vai operar na linha São José/Guadalupe, percorrendo diariamente um trajeto de mais de 280 quilômetros entre São José dos Pinhais e Curitiba. O modelo fabricado pela Scania é o padron K 280, com 14 metros de comprimento e capacidade para 86 passageiros. O teste servirá para certificar os indicadores de eficiência, em especial a redução de 90% nas emissões de poluentes.
O uso do gás natural permite uma redução significativa de poluentes na atmosfera. Em relação ao diesel, o veículo a gás pode emitir até 20% menos CO2 (dióxido de carbono), que provoca o efeito estufa. Os benefícios também estão ligados diretamente à saúde da população. A diminuição de óxidos de nitrogênio (NOx) é de quase 90% e a de material particulado chega a 85%. Os efeitos são de curto prazo, com um menor índice de doenças cardiovasculares e de perda de produtividade causada por esses poluentes.
Após o teste, a expectativa é que o ônibus circule por mais 30 dias pela capital paranaense em uma linha municipal, em ação conjunta com a Prefeitura de Curitiba. O ônibus a gás também estará exposto durante a Smart City Expo World Congress, que acontecerá em Curitiba entre os dias 22 a 24 de março, no Centro de Eventos Positivo, no Parque Barigui.
Para o CEO da Compagas, Rafael Lamastra Junior, o projeto posiciona o Paraná em um movimento de destaque em sustentabilidade e mobilidade urbana, já que oferece redução de custo e um veículo menos poluente. O gás natural, reforça ele, é reconhecido como uma energia verde e colabora diretamente para a transição energética com melhor competitividade.
“Estamos em um momento de substituição de frota em Curitiba e Região Metropolitana e queremos aproveitar essa oportunidade para inserir um transporte mais sustentável e econômico, que utilize um combustível interessantíssimo como o gás natural”, diz. “Junto ao governo, vamos trabalhar em uma política pública com incentivo para que haja realmente um benefício financeiro. As administrações públicas buscam reduzir custos, seja para a população, seja para os governos que subsidiam esse sistema”, completa.
O diretor-presidente da Amep, Gilson Santos, destaca que adotar veículos movidos a gás natural pode ter um impacto econômico significativo para os estados e municípios, o que refletiria diretamente no custo para o usuário. “O estado quer ter uma ação expressiva com a tarifa social para que possamos trazer esse usuário de uma forma mais barata, e tudo isso tem uma relação muito forte com o tipo de veículo que utilizamos. A ideia de fazer essa experiência com esse ônibus a gás vem ao encontro de buscar novas tecnologias, um custo que seja mais acessível para o gestor, para o estado e para o usuário que paga tarifa”, afirma.
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