Da Redação
O Paraná está atrás apenas de Minas Gerais entre os estados com o menor número de casos e de óbitos pela Covid-19 por 100 mil habitantes. A taxa de incidência da doença na população paranaense foi de 1.477,4 casos por 100 mil habitantes, com 37,1 mortes a cada 100 mil, de acordo com os dados mais recentes do Painel Coronavírus, do Ministério da Saúde, divulgados na noite desta quarta-feira (23). Os números ficam bem abaixo da média nacional.
No Brasil, o índice de incidência é de 2.200,8/100 mil e a taxa mortalidade 66,1 por 100 mil habitantes. O Paraná também tem a melhor posição no Sul, região com os menores índices de incidência e óbitos pela Covid-19. A média regional é de 1.859 casos/100 mil e 38,2 óbitos/100 mil. No Rio Grande do Sul, que tem uma população equivalente à do Paraná, a média de casos é de 1.577,1/100 mil e a de óbitos de 39,7/100 mil. Em Santa Catarina, a taxa de incidência é de 2.915,6/100 mil e a de mortalidade de 37,5/100 mil.
A taxa de mortalidade do Distrito Federal, a maior do país, é de 104,4 óbitos/100 mil habitantes, seguida do Rio de Janeiro (103,7/100 mil) e Roraima (101,7/100 mil). Exceto Minas Gerais, onde o índice de mortalidade foi de 32,6/100 mil habitantes, e os estados do Sul, em nenhuma outra unidade da federação essa taxa foi menor que 43,1 óbitos a cada 100 mil habitantes. O governador Ratinho Jr. diz que o planejamento do estado foi fundamental para minimizar os impactos da pandemia no Paraná. “Estruturamos a rede assistencial de forma transparente e organizada, sendo que nenhum paciente ficou sem atendimento desde o início da pandemia. Com apoio dos demais poderes e de toda a sociedade, conseguimos fazer esse enfrentamento para salvar o maior número de vidas possível” disse.
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Para o diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde, Nestor Werner Júnior, o planejamento iniciado pelo Paraná antes de ter pacientes confirmados com o novo coronavírus, e a adoção de estratégias para conter o avanço da epidemia quando o número de casos ainda era baixo, permitiu um certo controle sobre a circulação do vírus no estado. “A adoção de medidas de distanciamento social ajudou a achatar a curva em um momento em que ainda preparávamos a rede hospitalar para receber os pacientes da Covid-19. Quando os números subiram, os hospitais já estavam prontos para o atendimento”, afirma Werner.
O diretor-geral da secretaria explica que o Paraná optou por priorizar o uso da estrutura já existente, com a contratação de leitos clínicos e de UTI exclusivos para a Covid nos hospitais estaduais e da rede privada e filantrópica, sem a necessidade de construir hospitais de campanha por serem caros e temporários.
A estratégia incluiu uma maior celeridade nas obras dos hospitais regionais de Guarapuava, Telêmaco Borba e Ivaiporã, que foram entregues antes do prazo. Os três atendem hoje exclusivamente os pacientes com Covid-19. Também foram habilitados 1,1 mil leitos de UTI e aproximadamente 1,5 mil de enfermaria.
Testagem
Outra vertente foi o investimento na aquisição de testes para garantir o maior número possível de diagnósticos. Até agora, já foram realizados 632.282 testes RT-PCR, considerados padrão ouro pela Organização Mundial da Saúde. A capacidade de processamento dos resultados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) e pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) é de 5,6 mil testes por dia. A Secretaria da Saúde também recebeu do Ministério da Saúde 427.980 One Step Test (teste rápido), que foram disponibilizados aos municípios paranaenses. “A testagem em grande escala é a melhor forma de rastrear e impedir a circulação do vírus, reduzindo a contaminação”, explica Nestor Werner Júnior.
Estabilidade com vigilância
De acordo com ele, o número de casos no Paraná está estável há cerca de 70 dias, sem uma aceleração profunda ou uma queda abrupta de pacientes confirmados. Por isso, ainda é necessário manter a atenção, as medidas de distanciamento, as etiquetas de higiene e o uso de máscaras. Essa situação também impede a retomada de algumas atividades, como o início das aulas. “Ainda não há uma vacina ou algum remédio comprovado para a doença, por isso trabalhamos todos os dias com os municípios para evitar uma segunda onda de casos, como o que ocorre em outras partes do mundo”, ressalta Werner Jr.
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