Paraná fecha 2020 com menos R$ 1,1 bi na receita; combustíveis e energia tiveram as maiores quedas

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Da Redação

O setor de supermercados foi um dos poucos que apresentaram crescimento em 2020 no Paraná. (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

Um dia após anunciar a demissão em massa de 437 detentores de cargos comissionados, o governo do estado informou nesta quarta-feira (13) que o Paraná fechou o ano passado com uma queda na arrecadação de ICMS de R$ 1,15 bilhão. O número é 3,4% menor em relação a 2019, segundo revela o Boletim Conjuntural Covid-19 elaborado pelas secretarias da Fazenda e do Planejamento e Projetos Estruturantes. A arrecadação totalizou R$ 32,6 bilhões em 2020, o ano mais atípico da história, na definição do governo. Segundo o boletim, a queda é inferior à prevista inicialmente, de menos 6%, especialmente devido ao resultado da injeção de dinheiro na economia pelo auxílio emergencial do governo federal, boa parte revertida diretamente para o consumo. Os setores de combustíveis e energia apresentaram as maiores quedas nominais de arrecadação de ICMS, com resultados negativos de R$ 648,6 milhões e R$ 426,6 milhões respectivamente.

Embora os setores com maior participação no ICMS (combustíveis, energia, bebidas, automotivo e telecomunicações) tenham apresentado queda de arrecadação, a situação poderia ter sido muito pior se não fosse a recuperação distribuída entre os demais setores, em que os ganhos do segundo semestre superaram com folga a queda do segundo trimestre. Estes setores, apesar da crise e do fechamento de algumas unidades, ajudaram o estado a obter um saldo positivo, com o aumento de aproximadamente 15 mil estabelecimentos contribuintes do ICMS em atividade no Paraná. O comércio atacadista, que representa 20% do bolo arrecadatório, fechou o ano com alta de 5,2% na arrecadação de ICMS, enquanto o comércio varejista teve um incremento de 10,1%.

Em relação às vendas, levando-se em consideração todas as empresas em atividade no estado, 54% registraram queda em 2020, enquanto 41% das empresas tiveram alta. No que tange ao comércio varejista, cinco segmentos analisados fecharam o ano com crescimento nas vendas: Informática e Telefonia (5%); Farmácias (7%); Hipermercados e Supermercados (11%) e Material de Construção e Ferragens (13%). O principal destaque de 2020 foi o setor de Áudio, Vídeo e Eletrodomésticos, com crescimento de 24%. Tal fato deriva de as pessoas terem sentido a necessidade de equiparem melhor suas casas em virtude do isolamento social e da necessidade de home-office.

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Segundo a análise do Boletim Conjuntural Covid-19, este aumento não deve se sustentar a médio e longo prazos, tendo em vista a durabilidade dos bens em questão. A análise dos dados de recuperação desses setores mostra também um aumento de vendas a partir de plataformas online, favorecendo aqueles setores que puderam se adaptar mais rapidamente à nova realidade. Nos segmentos de eletroeletrônicos, informática, telefonia e comunicação e áudio e vídeo, desde março de 2020 as vendas mensais online superam as vendas presenciais.

Na outra ponta, os setores que mais sentiram a crise foram restaurantes e lanchonetes, com queda de -32%; calçados (-27%); vestuário (-21%); veículos novos (-13%); cama, mesa e banho (-6%); e cosméticos e perfumes (-2%).

Exportação impulsiona o agronegócio

Já no recorte de vendas totais por produto (que incluem as negociações de mercadorias entre empresas ao longo da cadeia produtiva e as exportações), 18 grupos registraram alta em 2020, contra apenas nove setores com quedas. No acumulado do ano, as maiores altas estão relacionadas ao agronegócio, com destaque para as vendas externas, cujos resultados foram influenciados pela alta da cotação do Dólar. Destaque para cereais, farinhas, sementes, chás e café (variação de 29%); frutas, verduras e raízes (24%); produtos químicos (23%), carnes, peixes e frutos do mar (22%); fibras, fios e tecidos (21%) e laticínios (20%). Já as maiores baixas de 2020 concentram-se nos segmentos de automóveis (-21%); caminhões e ônibus (-20%); vestuário (-20%); notebooks (-14%); tratores (-11%) e produtos de limpeza (-6%).

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