Da Redação
Pelé ainda era jogador quando deixou clara a preocupação com o futuro das crianças brasileiras. Diante do Maracanã lotado, em 1969, o já consagrado Rei do futebol fez um apelo ao marcar o milésimo gol: “Aproveito a oportunidade para pedir a todos os brasileiros que não esqueçam as crianças pobres, que não esqueçam os necessitados”. A preocupação demonstrada por Pelé com o bem-estar das crianças virou realidade quando o “Rei encontrou o Príncipe”. Com o apoio do craque foi anunciada, em 2005, a criação do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, que começou a funcionar em 2006, em Curitiba, vinculado ao Hospital Pequeno Príncipe.
Único projeto social apadrinhado por ele no mundo, o instituto fica em Curitiba. O responsável pela aproximação de Pelé com o hospital foi o médico santista Nilson Santos, amigo pessoal do ex-jogador e seu médico particular durante décadas. Santos e sua mulher, a neurocientista Mara Cordeiro, vieram morar em Curitiba e participaram da criação do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe. Nilson Santos morreu em 2020.
Com mais de 100 estudos realizados, em sete linhas de pesquisa, o instituto busca avanços para novos métodos de diagnóstico e tratamento que possam contribuir para a melhora da saúde infantojuvenil, com importantes vitórias e avanços no diagnóstico precoce de patologias complexas. Com uma equipe altamente capacitada, o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe tem oferecido contribuições importantes para salvar e melhorar a vida de crianças e adolescentes. Seus estudos figuram entre as revistas científicas mais conceituadas do mundo e em 2021 fez 87 publicações.
“Ter o apoio do Pelé e ser o único projeto social no mundo a levar o nome do maior jogador de todos os tempos é uma honra para nós do Pequeno Príncipe. Fazer pesquisas no Brasil é um grande desafio pois os recursos são escassos. O apoio do Pelé abriu muitas portas para que pudéssemos captar recursos nacionais e internacionais. Nos aproximou de esportistas, trouxe visibilidade à ciência e ao Instituto de Pesquisa e também ao nosso hospital, que já se destaca como o maior e mais completo hospital pediátrico do país”, disse o diretor corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro, ao comentar a morte de Pelé nesta quinta-feira (29), aos 82 anos.
Por ser uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, a parceria com Pelé foi fundamental para que o cuidado e os resultados das pesquisas que beneficiam crianças e adolescentes em todo o Brasil ultrapassassem fronteiras, prossegue José Álvaro. “E essa parceria seguirá. O Rei jamais será esquecido pela atuação nos gramados e seu nome continuará fazendo história no mundo científico, levado com honra pelo Pequeno Príncipe em prol das crianças do mundo”, acrescenta.
Instituto Pelé Pequeno Príncipe
O Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe integra o Complexo Pequeno Príncipe, do qual também fazem parte o Hospital Pequeno Príncipe e as Faculdades Pequeno Príncipe. Com mais de 100 anos de cuidado hospitalar dedicado às crianças, o Pequeno Príncipe realiza cerca de 60% de seus atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É o maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil e oferece 35 especialidades – incluindo transplantes de coração, rim, fígado e medula óssea. Por ano, são realizados mais de 200 mil atendimentos, 15 mil cirurgias e 280 transplantes.
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