O Dia do Advogado, comemorado em 11 de agosto, para alguns também é o Dia da Pendura. A popular “Pindura” é uma prática antiga entre advogados e estudantes de direito que na data vão a restaurantes e bares, comem, bebem e depois saem sem pagar nada.
Estima-se que esta tradição ocorra desde o Primeiro Império,no Brasil eram poucos os advogados e a profissão era muito estimada. O exercício da advocacia não era livre para todos. Por muitos anos, apenas homens de famílias nobres tinham condições de seguirem na profissão.
Hoje este cenário é diferente, já são mais de 1800 faculdades de direito, mas mesmo assim, muito insistem em continuar praticando o Dia da pendura. Inclusive, existe um verso que é cantado no momento da celebração: “Garçom, tira a conta da mesa e ponha um sorriso no rosto. Seria muita avareza cobrar no dia 11 de agosto”.
“Eu nunca participei. Mas, na minha época era bastante comum. Inclusive quando dava algum problema, os alunos telefonavam para os professores de Direito Penal para socorrer”, Melina Fachin (Fachin Advogados Associados). Ela tem 39 anos e é professora da UFPR
Vale lembrar que o Artigo 176 do Código Penal diz que é crime “Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento: Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa.
“A pendura reforça o estereótipo do advogado picareta, desonesto, se trata de jovens de classe média dando prejuízo para comerciante e garçom. Não considero saudável e, justamente em razão disso, não se faz mais”, acredita Edson Hauagge, 52 , que é sócio do departamento trabalhista do escritório Andersen Ballão Advocacia, formado pela Faculdade de Direito de Curitiba.