O Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian revelou que, em março deste ano, cibercriminosos realizaram 272.792 investidas contra consumidores e empresas a fim de fraudá-los ou roubar suas identidades. O índice mostra que houve um quase golpe a cada dez segundos no país. Na comparação com o mês anterior, as tentativas cresceram 15,2%, mas quando observadas na relação anual (março/22 x março/23), tiveram queda de 30%.
Caio Rocha, diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, explica que a comparação com fevereiro tem um aumento natural, já que o mês de carnaval possui menos dias úteis e acaba reduzindo o tempo de atuação dos fraudadores. “Tendo em vista esse contexto, é interessante perceber a baixa de 30% na relação anual. Um dos fatores que pode ter ocasionado a queda é a desaceleração da busca por crédito, pois com menos transações acontecendo, as oportunidades diminuem”, diz.
Ainda assim, o segmento de Bancos e Cartões continua sendo o mais afetado, representando 46,7% do total de tentativas de fraude em março. “De modo geral, o avanço tecnológico fez com que as transações em ambiente digital acontecessem em grande quantidade e todos os dias nesse setor. Além disso, se a fraude for efetivada, os golpistas têm a certeza de um rápido retorno financeiro, o que torna a categoria uma das favoritas para a aplicação de golpes”, explica Rocha. Em segundo lugar ficou o setor de Serviços, com 27,2% das tentativas de fraude, seguido pelas empresas Financeiras (20,5%), de Varejo (4,2%) e Telefonia (1,4%).
Ainda em março deste ano, a análise por Unidade Federativa (UF) mostrou que o estado de São Paulo foi o mais impactado com as tentativas de fraude, marcando 84.155 possibilidades de golpes. Na sequência, vem o Rio de Janeiro (27.562), Minas Gerais (24.807), Paraná (19.657) e Rio Grande do Sul (14.738).
Confira a seguir dicas dos especialistas da Serasa Experian para se proteger de fraudes.
Consumidores
– Garanta que seu documento, celular e cartões estejam seguros e com senhas fortes para acesso aos aplicativos.
– Desconfie de ofertas de produtos e serviços, como viagens, com preços muito abaixo do mercado. Nesses momentos, é comum que os cibercriminosos usem nomes de lojas conhecidas para tentar invadir o seu computador. Eles se valem de e-mails, SMS e réplicas de sites para tentar pegar informações e dados de cartão de crédito, senhas e informações pessoais do comprador.
– Atenção com links e arquivos compartilhados em grupos de mensagens de redes sociais. Eles podem ser maliciosos e direcionar para páginas não seguras, que contaminam os dispositivos com vírus para funcionarem sem que o usuário perceba.
– Cadastre suas chaves Pix apenas nos canais oficiais dos bancos, como aplicativo bancário, internet banking ou agências.
– Não forneça senhas ou códigos de acesso fora do site do banco ou do aplicativo.
– Não faça transferências para amigos ou parentes sem confirmar por ligação ou pessoalmente que realmente se trata da pessoa em questão, pois o contato da pessoa pode ter sido clonado ou falsificado.
– Inclua suas informações pessoais e dados de cartão se tiver certeza de que se trata de um ambiente seguro.
– Monitore o seu CPF com frequência para garantir que não foi vítima de qualquer fraude do Pix.
Empresas
– Conte com plataformas de pagamento on-line. A empresa que deseja atuar de forma on-line, prestando serviços ou vendendo produtos, precisa ter a máxima atenção com os pagamentos. É preciso adotar uma sistemática que alie rapidez no processamento das transações à segurança.
– Faça a análise de compras mais caras. Outra prática que pode reduzir bastante o risco de fraude on-line é a análise das compras. Sempre que a empresa se deparar com um pedido de alto valor, por exemplo, é necessário dedicar uma atenção especial, verificando de forma mais detalhada o cliente e os dados informados. Uma forma de garantir a segurança desse tipo de transação é realizando um contato prévio por e-mail ou telefone para confirmar dados ou a própria compra. Embora esse tipo de avaliação possa tornar o processo de venda mais longo, ele é essencial para resguardar o seu negócio contra fraudes.
– Verifique cadastros. Contar com uma base de dados do cliente é essencial para reforçar a segurança de operações on-line. Nesse quesito, ter acesso a um cadastro atualizado dos consumidores, no qual é possível checar a veracidade das informações fornecidas no momento de uma compra, por exemplo, é outra estratégia para reduzir os riscos na hora de vender. A confirmação cadastral pode facilmente identificar tentativas de fraudes, sinalizando situações suspeitas, como divergências de dados do cliente com as que constam de outras bases de dados confiáveis.
– Consulte o perfil do seu cliente. Conhecer o cliente é, sem dúvida, uma das maneiras mais eficientes de se evitar fraudes on-line. Quando a empresa é capaz de avaliar o histórico do consumidor no mercado, status do seu CPF ou CNPJ, os seus hábitos e a existência de pendências em seu nome, por exemplo. Fica muito mais fácil e seguro avaliar os riscos de uma operação.
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