Primavera começa ensolarada em quase todo o Paraná; Curitiba e região ficam de fora

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Da Redação

memorial ucraniano
Memorial Ucraniano em Curitiba. (Foto: Divulgação/José Fernando Ogura)

A máxima de que o sol brilha para todos não vale para os curitibanos nesta primavera. A nova estação começou ensolarada às 10h31 desta terça-feira (22) em quase todo o estado, menos em Curitiba e Região Metropolitana. As regiões Norte Pioneiro, Campos Gerais e Sudeste também começaram com tempo nublado. Há previsão de chuva no Litoral. As temperaturas devem variar entre 4ºC em Rio Negro e 29ºC em Umuarama, Guaíra e Foz do Iguaçu, segundo o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná). A primavera termina às 07h02 de 21 de dezembro.

Segundo o meteorologista Marco Jusevicius, coordenador de Operação do Simepar, o fenômeno La Niña será o principal fator climático na primavera do Hemisfério Sul, com intensidade variando de fraca a moderada. Ele provoca o resfriamento das águas do oceano Pacífico Equatorial, alterando os padrões climáticos. No início da estação, as temperaturas apresentam maior amplitude térmica – a diferença entre os valores mínimos e máximos diários – a qual tende a diminuir com a aproximação do verão. A temperatura média do ar deve se manter próxima ou ligeiramente acima da normal climatológica. Estão previstas grandes variações em períodos curtos, causadas pelo rápido deslocamento de frentes frias e tempestades intensas, características da estação no Paraná.

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São esperados períodos prolongados sem chuva semelhantes aos ocorridos no outono e no inverno deste ano. “As chuvas devem aumentar progressivamente, mas os volumes ficarão próximos ou abaixo da normal climatológica, com distribuição espacial muito irregular”, afirma Jusevicius. Os eventos meteorológicos severos – como fortes rajadas de ventos, granizo e muitos raios – só podem ser detectados em curto prazo. Para receber alertas por SMS, os interessados podem cadastrar-se na Defesa Civil estadual enviando uma mensagem para o número 40199 com o número do seu CEP (Código de Endereçamento Postal).

Escassez hídrica

O cenário climatológico indica a permanência da crise hídrica no Paraná. O Simepar faz o monitoramento hidrológico, que é o acompanhamento em tempo real das condições das 200 bacias hidrográficas paranaenses. Para tanto, utiliza alta tecnologia: uma rede telemétrica de 120 estações, antenas de recepção de uma constelação de satélites e três radares instalados em Teixeira Soares, Cascavel e Curitiba. Os dados são coletados em medições horárias e sub-horárias das chuvas, temperaturas e vazões dos rios. Na sequência, são integrados e processados por sistemas computacionais, gerando produtos geo-espaciais.

Após análise dos dados atuais e históricos, os meteorologistas emitem uma previsão tradicional para até 15 dias e outra climática sazonal, atualizada mensalmente. Além disso, são feitas estatísticas dos quantitativos de chuvas e desvio das médias climatológicas. As informações são compartilhadas no Monitor de Secas do Brasil e na Sala de Crise da Região Sul.

Incêndios

O Simepar também monitora incêndios, queimadas e focos de calor. O Sistema VFogo detecta essas ocorrências em grandes extensões territoriais e áreas específicas. É possível identificar o momento e o local em que o evento teve início, sua evolução, propagação, direção, sentido, intensidade e extinção, bem como o tipo de vegetação – floresta, arbustos, pastagem e agricultura. Os dados são atualizados a cada dez minutos. “Na primavera e no contexto da estiagem, o baixo teor de umidade da vegetação favorece a combustão, a ignição e a propagação de incêndios”, explica o pesquisador e coordenador de Inovação do Simepar, Flavio Deppe. Segundo ele, o VFogo possibilita o lançamento de alertas em tempo quase real.

Agricultura em alerta

“A previsão de uma primavera mais seca neste ano devido à influência do La Niña é preocupante para a agricultura”, diz a agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, Heverly Morais. Segundo ela, as culturas de soja, milho e feijão podem ser impactadas pela estiagem prolongada. Como estratégia de proteção, Heverly recomenda escalonar a semeadura em talhões com cultivares de ciclos diferentes. Também sugere começar a semeadura no período adequado, não utilizar população de plantas superior à indicada, plantar sementes de boa qualidade e cultivares adaptadas à região, mantendo o equilíbrio nutricional das plantas.

“Como os veranicos são recorrentes durante as safras no Paraná, convém incluir no planejamento agrícola a tecnologia da rotação de cultura com plantas de cobertura em sistema de plantio direto”, aconselha. Segundo ela, essa técnica melhora os atributos físico-químicos do solo, favorece o aumento de infiltração de água e aprofunda as raízes, além de reduzir a temperatura e a evaporação em períodos de estiagem fraca ou moderada”.

Confira AQUI tabela com valores das médias históricas de chuva (faixa de variação), temperatura mínima e temperatura máxima para cada região do Paraná nos meses de outubro, novembro e dezembro.

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