A exposição “Curitiba, Capital do Paranismo” será inaugurada nesta quinta-feira (30), às 19 horas, no Memorial de Curitiba, destacando uma escultura de 2,70m, uma releitura da premiada e desaparecida obra “No Exílio”, do paranaense João Turin (1878-1949), realizada pela escultora Luna do Rio Apa. O evento faz parte das celebrações dos 330 anos capital e também apresenta o lançamento do livro “Paranismo”, de José Roberto Teixeira Leite.
A peça de 300 quilos é moldada em argila e finalizada em gesso pedra, sendo uma recriação da primeira escultura em grandes proporções feita por Turin, até hoje nunca localizada. A obra original é do início do século 20, do período em que o artista vivia na Bélgica, e foi apresentada como trabalho de conclusão de curso na Real Academia de Bruxelas (Bélgica), chegando a ser premiada com a Menção Honrosa no Salão de Paris, mas não foi trazida ao Brasil e acabou se perdendo. O trabalho de resgate histórico foi feito pela família Ferrari Lago, gestora do patrimônio artístico de João Turin.
A exposição “Curitiba, Capital do Paranismo” ocupará dois andares do Memorial com reproduções de obras de arte e textos explicativos, divididos entre as diversas linguagens artísticas que assimilaram as propostas do movimento artístico e intelectual do início do século 20.
Além da grande escultura, serão exibidas algumas obras de Turin em impressão 3D. Outras peças de artistas como Erbo Stenzel e Zaco Paraná estarão em reproduções fotográficas. As obras de pintores como Alfredo Andersen, Lange de Morretes e Waldemar Freyesleben foram reproduzidas em canvas (impressão em tela de tecido).
Trechos de filmes da época, de João Baptista Groff e Annibal Requião, publicações e revistas daquele período, como Illustração Paranaense e A Divulgação, serão exibidos durante a mostra, que terá ainda um estande especial para Didi Caillet (1907-1982), a musa do Paranismo. Inteligente, fluente em quatro idiomas, culta e politizada, ela foi eleita miss Paraná (1929) e ficou em segundo lugar no concurso de miss Brasil. Gravou dois discos de poemas, publicou livros e era considerada integrante do movimento.
Pedra fundamental
Durante a abertura, o Memorial de Curitiba, que guarda um rico acervo de obras de arte e objetos históricos relacionados à história da cidade, recebe a pedra fundamental de instalação da Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais em 1693, que até o ano passado estava na Praça Tiradentes, mas agora, para fins de preservação e conservação, ficará junto com os altares retábulos da antiga Igreja Matriz.
A pedra de arenito, com 85cm de altura, guarda inscrições da época, e passou por uma limpeza, feita com produtos especiais, no Ateliê de Escultura do Memorial Paranista. No lugar da original, na Praça Tiradentes foi instalada uma réplica. A transferência da peça para o Memorial da cidade faz parte do Programa de Preservação do Patrimônio de Arte Escultural de Curitiba.
Serviço:
Exposição Curitiba, Capital Paranista e lançamento do livro Paranismo, de José Roberto Teixeira Leite
Local: Memorial de Curitiba (Rua Claudino dos Santos, 79 – São Francisco)
Abertura: 30 de março (quinta-feira), às 19h
Horário da exposição: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados e domingos, das 9h às 15h.
Entrada gratuita.
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