Reserva financeira é essencial no momento; leia na coluna de Laura Döring

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Laura Döring

Reserva financeira é essencial no momento; leia na coluna de Laura Döring
(Foto: Divulgação)

Olá querido leitor, tudo bem? Tenho falado nas últimas semanas sobre como sair do vermelho, e principalmente, cortar despesas desnecessárias para formação de uma reserva financeira emergencial. Quem não leu os textos anteriores, é de extrema importância ler e revisar, para minimizar os impactos financeiros que teremos nas próximas semanas.

A pergunta que eu sempre faço a todos os meus clientes e amigos é: Se você parar de trabalhar hoje, por algum motivo, a sua renda cai? Se a resposta for sim, tenha em mente a necessidade da reserva financeira emergencial.

A principal razão pela qual, hoje, nós brasileiros não conseguimos formar reserva financeira emergencial, é devido ao nosso comportamento imediatista. E é esse comportamento que deve ser revisto e mudado, pois ainda temos uma necessidade frenética de gastar, muitas vezes, mais do que a nossa renda pode pagar (parcelando).

Quem sabe agora, nesses dias em que nosso padrão de comportamento está sendo forçado a mudar, seja a hora de parar e rever tudo o que fazíamos em excesso, e fazer uma análise bem criteriosa sobre como estamos agindo e o que podemos fazer de positivo, para incorporar em nossas vidas daqui pra frente.

Mas o que é uma reserva financeira emergencial? Ela faz parte do grupo de proteção em vida; é e deve ser considerada um seguro e, como o nome já diz, seguro deve ser utilizado somente em caso de emergência – em seguro não se mexe!

Falar em doença é delicado, mas existe a possibilidade de acontecer, certo? Mesmo pagando um bom plano de saúde, duas coisas precisam ser pensadas na hora de formar uma reserva de emergência para esse caso. A primeira é: Você vai conseguir gerar renda no período que estiver em tratamento? E a segunda: Você tem certeza que o seu plano vai pagar exatamente tudo o que precisa, ou terão gastos extras necessários para a conclusão do tratamento? Exemplo, diárias hospitalares, ou, (vou dar um exemplo pessoal familiar): É muito comum em casos de câncer de mama, o plano não pagar uma prótese melhor, ou uma plástica com o médico da sua preferência. Gastos não previstos e necessários surgem nesse caso, e se você não estiver gerando renda, como vai arcar com esse inesperado? Digo que para casos de doença como esse, é necessário ter pelo menos seis vezes a sua renda aplicada. Infelizmente a frase que nós corretores de seguros ouvimos de alguns clientes é: Isso não vai acontecer comigo! Ou então: Se acontecer, na hora eu vejo! E minha resposta é sempre a mesma: Aplique mesmo assim, pois em último caso, essa reserva fará parte da sua aposentadoria, e melhorará sua qualidade de vida!

Falando nela, a aposentadoria, você já sabe quanto vai ter de renda mensal quando se aposentar? O que você está fazendo hoje para ter qualidade de vida quando se aposentar? Essas perguntas devem ser colocadas no papel e então você deve traçar planos de como atingir seu objetivo. Não dependa do governo, governo muda a cada quatro anos, estamos falando de dez, vinte, trinta anos de planejamento. Não dependa de outras pessoas, empresas mudam, você muda de empresa, você cria seu negócio, e principalmente, as adversidades acontecem. Você precisa fazer por você mesmo, se quiser chegar no seu objetivo. Porém, não me estenderei mais, pois esse é assunto para a próxima semana.

Invalidez parcial ou total. E se isso acontecesse? Profissionais da área da saúde, por exemplo, como médicos e dentistas, dependem das mãos para trabalhar. Nesse caso é fundamental pensar em uma reserva maior, e até mesmo em uma renda passiva. Algo como uma aposentadoria alternativa, um seguro por invalidez, além da reserva financeira de emergência.

O fato é que adversidades como estas, inclusive a que estamos vivendo, nos fazem refletir sobre o que devemos fazer para continuarmos sobrevivendo financeiramente, e planejar o que está por vir. Precisaremos nos reinventar, usar a criatividade, apostar na renda extra, principalmente quem já estava no vermelho, ou não tinha uma reserva financeira de emergência.

Adversidade – algo que não esperamos, por isso a reserva é de emergência. Se eu atendesse um cliente dois anos atrás, explicando que dentro das adversidades poderia existir uma pandemia mundial e precisaríamos estar preparados, tenho certeza que seria chamada de louca e provavelmente não conseguiria convencer cliente algum a investir com esse objetivo. E aqui estamos: nos reinventando para seguirmos firmes pela turbulência.

A reserva financeira de emergência deve ser conservadora, ela não pode ter volatilidade frente as adversidades, pois são nas maiores adversidades que precisaremos dela.

A sua renda vai cair agora nesses próximos meses? Se você não estiver na da linha de frente, como, por exemplo, saúde e alimentos, ou tiver extrema estabilidade salarial, ou já for aposentado(a), provavelmente vai cair.

Com a crise de 2014/2015 muito desemprego deu origem à informalidade, e à pequenas empresas, que agora estavam no momento de início de estabilidade financeira. Essas empresas continuam pagando os salários, e as despesas dos fornecedores, mesmo fechadas. Por quanto tempo ficarão fechadas? Ainda não temos essa resposta, e nesse caso, quanto seria o valor dessa reserva de emergência? Pelo menos seis vezes o valor de todos os custos mensais mais o pro labore, o que é quase impossível para a realidade da maioria das pequenas empresas hoje no Brasil.

Seja você pessoa física ou pessoa jurídica, corte todos os supérfluos, (releia a coluna: Estou no vermelho e agora parte 2). Vou insistir nessa frase: crie formas alternativas de trabalho que sejam essenciais para esse momento, pense, o que as pessoas precisarão e consumirão? É tempo de ócio criativo, então use-o a seu favor.

Mesmo se a empresa não for sua, sugira ideias para seu gestor, pois todos estão em busca de soluções neste momento. Ele vai te ouvir! E pode vir a salvar o negócio dele e por consequência o seu emprego. Para sua empresa, renegocie com fornecedores. Sobre impostos e tributos: O Comitê Gestor do Simples nacional prorrogou para seis meses o pagamento dos tributos federais para MEI e Simples Nacional nesta quarta-feira dia dezoito de março, com objetivo de reduzir os impactos da pandemia. Então se você se enquadra neste perfil de empreendedor, utilize a seu favor. Todo dinheiro economizado agora será necessário. As linhas de crédito estão vindo mais baratas, mais acessíveis, e com carência para início do pagamento. Não espere entrar no vermelho para buscar as linhas de crédito disponíveis, o quanto antes buscar, melhores negociações você conseguirá. Falando em negociações, se você está com o nome restrito, fique tranquilo, (olhe o lado bom da situação), pois após a crise haverá muitas oportunidades de renegociação no mercado.

Pontos positivos! Sempre olhe o lado positivo da situação! Os gastos vão diminuir, gasolina, lazer, entre outros supérfluos que estamos acostumados a gastar, como shows, bares, shoppings, agora é zero. Essa conta entra como positivona sua planilha de gastos, fará parte da sua reserva de emergência, para quem não trabalha com esses segmentos, claro. A maioria de nós estará em casa, então arrume sua casa (faxina mesmo), e veja o que pode ser vendido, isso ajudará a sua reserva emergencial. Falando em ter tempo, estudar, estudar, estudar! Não tem mais desculpa! E ainda te ajudará a pensar em alternativas positivas para gerar renda. Agora e depois que tudo passar.

E se você já tem reserva de emergência, utilize da melhor forma, principalmente olhando o pós crise, onde surgirão muitas oportunidades. Fique atento ao mercado!

É certo que, pós crise, a forma de investir será diferente, o investidor conservador tende a voltar, como nossos avós fizeram pós guerra, porém é muito cedo para saber quando isso começará a acontecer, e é certo também, que nós sairemos muito mais prudentes da forma como gastávamos, o perfil de todos vai mudar.

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Então resumindo e vendo sempre o lado bom da situação, vamos listar o que é preciso fazer nessas próximas semanas: Cortar todo supérfluo possível, criar alternativas de trabalho para continuar a gerar renda, usar o ócio criativo a seu favor. Verificar os gastos extras que você não está tendo e colocar na sua planilha como uma reserva positiva, pois irá precisar. Aproveitar os pacotes de benefício do governo como a prorrogação dos tributos, por exemplo, e as linhas de crédito baratas que estão disponibilizadas no mercado. Arrumar a casa (literalmente) e vender tudo o que não faz mais sentido e pode ser fonte de reserva nesse momento. Estudar para preparar e criar alternativas de renda agora e pós crise.

Estamos em tempos de guerra, e teremos que agir como tal, precisamos da colaboração de todos, portanto, lembre-se, o dinheiro quando bem cuidado, faz maravilhas por você, por nós. E principalmente, procure ajudar o próximo, é tempo de união, cada um fazendo a sua parte, sairemos muito mais fortalecidos. Então, mãos à obra pois você terá um belo trabalho pela frente. Mas eu te garanto, todos juntos, faremos a diferença!

Um beijo, e até a próxima coluna!

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2 comentários em “Reserva financeira é essencial no momento; leia na coluna de Laura Döring”

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