Um encontro organizado pelo Ministério Público do Paraná (MMPR) na última semana teve como pauta o avanço da esporotricose no estado. Participaram gestores públicos da área de saúde, especialmente de secretarias da Saúde e de Meio Ambiente, representantes de entidades da sociedade civil que lidam com medicina veterinária, além de professores universitários e pesquisadores que têm se dedicado ao estudo da enfermidade.
Causada por um fungo – que pode ser encontrado na terra, em espinhos, farpas, madeiras e outros materiais em decomposição –, a doença é transmitida principalmente entre os gatos, no contato entre animais infectados, a partir de arranhões e mordidas. A manifestação se dá principalmente como lesões na pele que, se não diagnosticadas e tratadas precocemente, podem se agravar. Já foram registrados óbitos em pacientes imunodeprimidos, como portadores de HIV, doentes renais e pessoas submetidas a quimioterapia para tratamento de câncer.
“O Ministério Público busca, junto aos órgãos participantes da reunião, uma comunhão de ideias entre todos os 399 munícipios do Paraná para que se crie um protocolo próprio para tratar a esporotricose no estado, e até servir como sugestão em nível nacional. A doença é nova e tem um grande dispêndio com remédios, e precisamos frear o seu crescimento no Paraná e no Brasil”, diz o promotor de justiça Sérgio Luiz Cordoni.
Na reunião, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apresentou nota técnica com definições para o enfrentamento da doença que prevê, entre outras medidas, a notificação compulsória de todos os registros de casos, sejam eles atendidos pela rede pública ou na rede privada, bem como a distribuição gratuita de medicamento adequado para o tratamento da doença.
A normativa também indica diretrizes a serem observadas pelos municípios para o acompanhamento dos casos suspeitos e confirmados. Uma delas é a orientação quanto à instalação de programa de captura, esterilização, diagnóstico e devolução dos felinos, e o monitoramento do animal por meio do agendamento de retornos ou visitas domiciliares para identificação das recidivas.
A partir do procedimento administrativo instaurado para o acompanhamento da questão, a Promotoria de Justiça solicitou que os dirigentes dos principais órgãos envolvidos encaminhem ao MPPR, no prazo de 30 dias, informações atualizadas sobre as providências já implementadas para o enfrentamento da esporotricose, de acordo com a competência de cada órgão envolvido, bem como aquelas que estão atualmente em curso. Deverão prestar essas informações a Secretaria de Estado da Saúde, as secretarias municipais de Meio Ambiente e de Saúde de Curitiba e o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná.
A próxima reunião do grupo sobre o tema está marcada para o dia 18 de maio, às 14 horas, no MPPR.
CRMV-PR
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR) disponibiliza no seu site diversas informações, resoluções, materiais e calendário de eventos do Circuito de Treinamento para o Enfrentamento da Esporotricose em Estabelecimentos Médico-Veterinários do Paraná.
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