Da Redação
Lojistas, proprietários e gestores de shopping centers de Curitiba discutiram nesta quinta-feira (14) com a direção da Associação Comercial do Paraná, em reunião presencial e online, alternativas para a reabertura dos estabelecimentos diante da grave crise que afeta o setor, após mais de 50 dias de paralisação das atividades. O encontro resultou numa carta ao prefeito Rafael Greca e ao presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humay, com as reinvindicações do setor (ver íntegras ao final). Para o presidente da ACP, Camilo Turmina, é urgente que sejam adotadas medidas para a reabertura dos shoppings da cidade, pois grande parte das lojas ali instaladas está prestes a quebrar – são quase 20 mil empregos em jogo. Segundo ele, quando se discutem regras para a retomada dos negócios, é inaceitável que os shoppings sejam discriminados como se fossem os vilões da pandemia.
Ainda de acordo com Turmina, ações para o estabelecimento de barreira sanitária e viabilização dos negócios não são excludentes, uma vez que a própria reabertura do comércio no Paraná e em várias unidades da federação comprovou que não há riscos de explosão de contágio da Covid-19 desde que regras rigorosas de contenção sejam estabelecidas e obedecidas. “Os indicadores de pessoas contaminadas, população e leitos hospitalares nas redes pública e privada disponíveis permitem novos avanços na reativação da economia da cidade”, defendeu. O proprietário do Shopping Novo Batel, Luiz Celso Branco, disse que os lojistas de shoppings querem os mesmos direitos de outros setores que reabriram, como o comércio de rua. Segundo ele, os shoppings podem ter um ambiente altamente controlado, a exemplo de grandes supermercados e outros estabelecimentos abertos. Os participantes da reunião sugeriram o estabelecimento de uma série de normas para nortear a reabertura dos estabelecimentos.
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Entre as medidas estão: Redução do horário de atendimento para o período entre 12h e 20h; instalação de cabines de desinfecção já disponíveis no mercado; medição de temperatura de todos os frequentadores; limitação da entrada de clientes dentro dos shoppings e das lojas de acordo com a área de cada unidade; obrigatoriedade e severa vigilância no uso de máscaras; orientação visual vertical e orientação sobre distanciamento entre as pessoas nos espaços comuns e no interior das lojas; protocolos rigorosos de higienização de máquinas e equipamentos disponíveis ao público; retiradas de bancos e sofás dos corredores; distribuição de pontos de higienização das mãos em vários pontos nas áreas comuns e interior das unidades comerciais; ampliação do espaçamento entre mesas nas praças de alimentação, conforme as regras sanitárias e a disponibilização de equipamentos de proteção individual a todos os funcionários.
Renegociação de contratos
Os participantes também solicitaram à ACP que manifeste aos controladores de shopping centers a necessidade de flexibilização nos contratos e o estabelecimento de novas modalidades contratuais e de locação enquanto perdurar a crise. Há consenso de que a relação lojas/shopping centers terá que obedecer a um novo formato comercial diante da enorme queda no faturamento, dos novos hábitos que advirão da pandemia da Covid-19 e dos elevados custos para manter os negócios nos centros comerciais. Os lojistas também sugerem, como medida emergencial, a remuneração do gestor do shopping sobre o faturamento, ou seja, um determinado percentual das vendas feitas por cada lojista seria repassado ao controlador da operação. Em outra proposta, o condomínio seria rateado por todos e com a participação do lojista na formatação das despesas.
Leia abaixo as íntegras das cartas enviadas pela Associação Comercial do Paraná ao prefeito Rafael Greca e ao presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humay.