Taxa de crescimento da Covid-19 no Paraná é a menor do Brasil

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Monique Benoski

Taxa de crescimento da Covid-19 no Paraná é a menor do Brasil
O médico cardiologista e professor do Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica da PUCPR, José Rocha Faria. (Foto: Divulgação)

Numa análise entre os dias 11 e 18 de maio, o Paraná foi o Estado que apresentou a menor taxa de crescimento de casos da Covid-19. Enquanto a média nacional cresce em torno de 51%, no Paraná a variação no número de registros de casos confirmados foi de 27,6% e no número de mortes foi de 14,4%, também a menor taxa do Brasil. O médico cardiologista José Rocha Faria, que também é professor do Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica (EPICENTER) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é o responsável pelo estudo desses dados; sua análise levou em conta dados fornecidos pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o médico, o Grupo de Epidemiologia da PUCPR está analisando os números de infecção e mortes nos estados brasileiros para tentar identificar os fatores que determinam o aumento dos casos, entre as variáveis estão o fator socioeconômico e a obediência às medidas de distanciamento social. “Por enquanto só temos os números”, completa.

Faria também ressalta que um dos grandes motivos para que o Paraná registrasse o menor número de casos é a estratégia precoce de adoção de medidas de distanciamento social, como suspensão das aulas, fechamento do comércio (no geral). E quanto ao número de óbitos, explica que as taxas de crescimento estão diretamente ligadas à qualidade da rede hospitalar e disponibilidade de leitos. “Tudo isso contribuiu para registramos aqui menores taxas de crescimento e óbito, mas tudo isso são hipóteses que estamos analisando”, enfatiza.

Análises segmentadas

Taxa de crescimento da Covid-19 no Paraná é a menor do Brasil
As análises são feitas por estado para chegar a um retrato mais fiel da situação. (Foto: Divulgação)

Faria explica que num país tão grande como o Brasil, analisar os números de forma geral levam a grandes distorções, o essencial é fazer um estudo do número de casos de forma proporcional ao número de habitantes, e, para isso, deve-se utilizar o menor território possível, dando um retrato mais fiel da situação.

“A proporcionalidade é essencial para traçar as estratégias de enfrentamento”, enfatiza Faria também exemplificando com o fato de que especialistas insistem em dizer que é difícil traçar um cenário único no Brasil, pois cada região tem condições bem distintas. “Os números de infectados por 100 mil habitantes do Amazonas, por exemplo, colocam o estado numa condição até pior que a Itália no pico da pandemia. Mas no Paraná o cenário já é outro. É preciso fazer análises distintas”, completa.

Menor taxa até 18 de maio

Os dados do Ministério da Saúde mostram que o número de casos confirmados no Paraná é 20,6 a cada 100 mil habitantes, a menor taxa do país até 18 de maio. O Mato Grosso do Sul, que ocupa o segundo menor lugar na lista, tem 22,1 infectados para o mesmo número de habitantes.

Os dados também informam o número de mortos por coronavírus a cada 100 mil habitantes. O Paraná fica entre os cinco últimos até a mesma data. A média no estado é de 1,1. Os outros estados com menor índice de óbitos são Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, com taxa variando entre 0,6 e 1. Amazonas, Ceará e Pernambuco têm os maiores índices de mortalidade: 34,6; 19,1 e 17,2, respectivamente.

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Estrutura hospitalar

Da Agência Estadual de Notícias

No Paraná, estão disponíveis 564 leitos exclusivos de UTI adulto para tratamento de casos de Covid-19 e a taxa de ocupação destes leitos é de 37%. A estrutura hospitalar segue sendo ampliada, para garantir atendimento à população. Além disso, o Estado deu início nesta semana a um programa de testagem em massa da população. A previsão é 5,6 mil testes por dia no método RT-PCR quando a operação estiver completa.

Acompanhe o gráfico com a evolução da doença no Brasil.

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