Da Redação
O governo do Paraná anunciou nesta sexta-feira (4) que os testes com a vacina russa Sputnik V terão início até o final de outubro. O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) submeterá o protocolo de validação da fase 3 de estudos clínicos da vacina à Agência Nacional de Vigilância Sanitária até o final de setembro para então dar início aos testes. No Paraná, eles devem envolver cerca de dez mil voluntários, prioritariamente profissionais de saúde dos hospitais universitários e grupos de risco (diabéticos e hipertensos). A faixa etária ainda não foi definida. Uma vez comprovada a eficácia da vacina, o que deve acontecer 60 dias depois, haverá um novo pedido de registro na Anvisa para vacinação efetiva em território nacional.
A programação das etapas foi confirmada nesta sexta-feira pelo diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado. Ele explicou a parceria em entrevista coletiva após a publicação de um estudo com resultados preliminares publicado na revista científica The Lancet, que reconhece uma boa resposta imune dos 76 participantes das fases 1 e 2. O diagnóstico sugere que a vacina produz uma resposta das células T (de defesa) dentro de 28 dias.
“O material prévio encaminhado pelos russos ao Tecpar já demonstrava resultados promissores. Mas não havíamos anunciado formalmente pelo termo de confidencialidade que temos com a Rússia”, disse Callado.
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Ele também ressaltou que o projeto é importante para o país porque o Paraná será a porta de entrada do eventual imunizante no Brasil. O Ministério da Saúde tem acompanhado a evolução das tratativas entre o Instituto Gamaleya e o Tecpar. “Existe uma boa taxa de confiabilidade nessa vacina. Essa publicação ainda passará pelas avaliações dos pares, dos cientistas, da comunidade internacional. Mas a confiabilidade é bastante ampla”, acrescentou.
Depois do envio do protocolo de ensaio clínico e da aprovação da Anvisa e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), os testes no Paraná devem envolver cerca de dez mil pessoas. Serão duas doses com intercaladas por 21 dias. O Paraná terá reserva orçamentária de R$ 200 milhões para a compra de vacinas contra a Covid-19 em 2021. Metade do valor virá do caixa da Secretaria da Saúde referente à emenda ao projeto de lei 248/2020, que dispõe sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e a outra parte é resultado de um repasse da Assembleia Legislativa.
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